HISTÓRIA

Pesquisadores encontram cidade perdida com dados de eclipse mais antigo

Feito há 2.700 anos atrás, o registro do eclipse ajudou os cientistas a encontrarem a localização da cidade Qufu, que se acreditava estar a oito quilômetros do local

O registro escrito mais antigo de um eclipse que se tem conhecimento foi feito na China no ano de  ano 709 a.C. -  (crédito:  Flickr Ricky Floyd)
O registro escrito mais antigo de um eclipse que se tem conhecimento foi feito na China no ano de ano 709 a.C. - (crédito: Flickr Ricky Floyd)

Uma equipe de pesquisadores internacionais examinou o registro mais antigo que se tem de um eclipse solar total, por meio de conhecimentos histórico-geográficos, com o objetivo de entender melhor dados sobre o fenômeno natural. As informações obtidas possibilitaram que os cientistas realizassem medições precisas sobre a velocidade de rotação variável da Terra desde o ano 709 a.C..

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O CORREIO BRAZILIENSE NOGoogle Discover IconGoogle Discover SIGA O CB NOGoogle Discover IconGoogle Discover

Os dados analisados são de um eclipse solar registrado em Qufu, antiga capital chinesa do Ducado de Lu, no século 8 a.C., e a partir deles, calcularam como o eclipse aconteceu na cidade e até a data, sendo 17 de julho de 709 a.C.. Foram estudados relatos que descreviam como ocorria o eclipse e o que era considerado a coroa solar, uma atmosfera externa do Sol que só se pode ver a olho nu apenas durante eclipses totais do astro.

As descobertas foram publicadas pelo jornal norte-americano Astrophysical Journal Letters. Além de fornecer dados confiáveis sobre a velocidade de rotação do planeta, a pesquisa ajudou a revelar a localização correta da antiga cidade. Analisando relatórios e comparando dados de escavações antigas, constataram que a verdadeira Qufu estava a 8km do que se acreditava anteriormente.

A verdadeira localização da cidade foi revelada após cálculos sobre o eclipse e a velocidade de rotação da Terra, onde se constatou que não seria possível enxergar o fenômeno da cidade de Qufu, fazendo os pesquisadores buscarem pelo local certo.

"Essa correção nos permitiu medir com precisão a rotação da Terra durante o eclipse total, calcular a orientação do eixo de rotação do Sol e simular a aparência da coroa solar", explicou o autor principal, Hisashi Hayakawa, professor assistente do Instituto de Pesquisa Ambiental Espaço-Terra e do Instituto de Pesquisa Avançada  da Universidade de Nagoya.

Mesmo sendo a descrição escrita mais antiga de eclipse que se tem conhecimento, os pesquisadores levantam ressalvas sobre a confiabilidade dos dados referentes à descrição da coroa solar, visto que ela só foi  relatada novamente mais de 700 anos depois. Apesar das dúvidas, os estudos sobre o eclipse são baseados em consenso científico e fornecem novas informações confiáveis sobre a rotação da Terra, além de um potencial suporte independente para estudos recentes sobre o ciclo solar.

*Estagiário sob supervisão de Roberto Fonseca

 

  • Google Discover Icon
postado em 02/12/2025 17:59
x