
Por Andreia e Marcelo Barreira* — Saúde mental e governança jurídica podem parecer, à primeira vista, temas que pertencem a mundos diferentes — um ligado ao cuidado humano, o outro à estrutura legal. Mas nas clínicas médicas, onde o cuidado e a complexidade convivem todos os dias, essas duas esferas estão mais conectadas do que se imagina.
Em ambientes de saúde, o sofrimento emocional dos profissionais dificilmente nasce de uma única causa. Muitas vezes, ele está ligado a fatores estruturais invisíveis: funções mal definidas, decisões arbitrárias, comunicação truncada, ausência de escuta, conflitos não mediados e sobrecarga disfarçada de eficiência.
E quando esses fatores se acumulam, não estamos apenas diante de um problema de bem-estar. Estamos diante de uma falha de governança. Governança jurídica não trata apenas de contratos, atas ou conformidade legal. Ela também oferece algo fundamental para o cuidado: previsibilidade. Quando há estrutura formal, canais institucionais, políticas internas e clareza sobre o que se espera de cada pessoa, o ambiente se torna menos ansioso, menos vulnerável a ruídos e mais seguro para todos.
Esse tipo de estrutura é, de fato, uma forma de gestão preventiva da saúde mental. Porque onde a governança atua com inteligência: as decisões deixam de depender do improviso; a cultura não é apenas "sentida", mas também registrada; os conflitos não se escondem, são acolhidos e mediados; e as pessoas sabem onde estão, para onde vão e com quem podem contar.
Clínicas que investem em governança conseguem, mesmo em contextos desafiadores, manter ambientes mais saudáveis — emocional e juridicamente. E fazem isso não apenas para evitar litígios (embora esse seja um efeito positivo), mas porque entendem que um time equilibrado é um ativo estratégico.
Num tempo em que falar sobre saúde mental virou prioridade, colocar esse tema dentro da governança é sair do discurso e entrar na responsabilidade. Porque cuidado, por si só, é nobre. Mas cuidado com estrutura é o que sustenta o compromisso no longo prazo.
Advogados de negócios, especialistas em governança jurídica estratégica criadores do Método G.E.L. (governança empresarial lucrativa) para clínicas médicas*
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