Reallity

Programas com drags fazem sucesso ao abordar o universo performático

Drags queens brasileiras fazem sucesso apresentando realities sobre cultura ballroom, vivências e universo performático

Geovana Melo*
postado em 29/11/2020 08:00
 (crédito: Netflix/Divulgação)
(crédito: Netflix/Divulgação)

A arte drag e a cultura ballroom conquista cada vez mais espaço nas telinhas e na mídia após a explosão de RuPaul's drag raceo primeiro reality show protagonizado unicamente por drag queens e apresentado pela lendária RuPaul. O fenômeno estadunidense se espalhou pelo mundo afora e faz sucesso no Brasil. 

"Drag race junta tudo que gosto em um programa só. No mesmo episódio tem uma apresentação de lipsync, tem vários desafios de dança, atuação, maquiagem, moda e comédia. Além de ser uma competição que todo final de episódio tem alguém que será eliminado, então tem essa emoção de torcer para uma das drags", conta o estudante de publicidade e propaganda Victor Braz. 

"Os momentos emocionantes também são legais. Elas falam sobre a vida e sobre a homofobia, visto que além de drags, em maioria, são homens gays. No entanto, também tem drags não binárias e trans. Essas histórias de vida aproximam o público", completa o jovem de 21 anos. 

A cantora Gloria Groove e a drag queen Alexia Twister estrearam no último dia 11 Nasce uma rainha, reality show original da Netflix com seis episódios. O programa busca ajudar, por meio de uma jornada de autoconhecimento e empoderamento, pessoas que possuem um sonho em comum: ser drag queen ou drag king. Na atração, Gloria e Alexia se tornam madrinhas e auxiliam os participantes a encontrarem a diva ou divo interior "com muito treino, dedicação e vários toques de glitter", como descreve o streaming.

Para a cantora, estrear como apresentadora é um sonho. "Fico muito feliz de saber que não é só uma vitória pessoal e profissional como artista, mas que isso representa uma vitória para a nossa comunidade toda. Porque a história das drag queens no meio artístico e no mundo do entretenimento é muito antiga. E é uma honra carregar esse legado", conta Gloria Groove em coletiva de imprensa. 

No ar há menos de um mês, Gloria torce para uma nova temporada. "Tem que tacar muito streaming nas lendas para que a dona Netflix olhe para a gente e fale: 'Elas são bafo, vamos renovar'. Contamos com a ajuda de todo mundo para que Nasce uma rainha seja um sucesso. Acredito que exista essa possibilidade (de renovação). Adoraria me jogar de novo no que fizemos ali", completa.

Para o estudante de comunicação organizacional Lucas Modesto, Nasce uma rainha é fonte de conhecimento e diversão na quarentena. "É a ponte entre a arte drag e o público que muitas vezes não a conhece ou que está em processo de autoconhecimento. Além de ser, pra aqueles que já conhecem, o entretenimento que não têm nos bailes durante o isolamento".

O programa Drag me as a queen foi o primeiro programa brasileiro apresentado por três drags. A atração do canal E! é comandada desde 2017 por Rita von Hunty, Penelopy Jean e Ikaro Kadoshi, na qual elas são conselheiras das participantes. Em cada episódio, elas conhecem a história de uma mulher, que passará por um processo de autoaceitação por meio da figura drag, libertando a "queen" que está dentro de cada uma delas. 

Cultura drag no quadradinho

Aos 26 anos, LuShonda, conhecida pelos shows de vogue, usou o momento de isolamento em decorrência da pandemia para resgatar um projeto antigo e apresentar um talk show com drag queens da capital, o LuShonda entrevista. A ideia é ter quatro entrevistas por mês, cada uma com 30 minutos de duração. Já passaram pelo programa Aretuza Lovi, Alice Bombom e Lee Brandão. 

*Estagiária sob supervisão de Adriana Izel

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação