EXPOSIÇÃO

Museu de Arte de Brasília volta a receber público e terá Rolê no Museu

O evento é uma iniciativa da Associação Amigos do Futuro, em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa

Prisley Zuse*
postado em 10/09/2021 06:00
Museu de Arte de Brasília: retomada com reforma arquitetônica, depois de longo período fechado -  (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Museu de Arte de Brasília: retomada com reforma arquitetônica, depois de longo período fechado - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

*Depois de 14 anos fechado, o Museu de Arte de Brasília (MAB) está de portas abertas para o público e recebe o evento Rolê no museu, com várias feiras colaborativas ao longo das últimas semanas para aproximar o público do MAB. A partir de hoje, até domingo, os brasilienses poderão conferir a Feira de Gastronomia, que reúne grandes chefs da capital, das 11h às 21h.

Segundo Aci Carvalho, produtor-executivo do evento, o objetivo da feira é “buscar intercâmbio entre a arte e a gastronomia dentro do conceito da economia criativa, dando ao museu uma visão não apenas de exposição de arte, mas também de outras atividades criativas, valorizando o patrimônio, ressignificando o espaço e buscando sensibilizar novos públicos”.

O evento é uma iniciativa da Associação Amigos do Futuro, em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, que financia o evento. A proposta é dar visibilidade a talentos da culinária do Distrito Federal e propor um novo point cultural na orla do Lago Paranoá, abrangendo a Concha Acústica e o MAB.

“Estive lá algumas vezes, desde o início do Rolê, e pude presenciar uma diversidade de público muito grande: são famílias com crianças e grupos de jovens. Quem ainda não foi, precisa aproveitar. Além de apreciar as exposições do MAB e do local ser muito agradável, a gente sempre aprende alguma coisa diferente, pois a cultura brasileira é todo um universo a desvendar”, assegura Beth Fernandes, presidente do Conselho de Cultura do Distrito Federal.

De pipoca a pratos mais elaborados, a feira vai contar com grandes nomes da cozinha brasiliense, como: Chef Lui Veronese, finalista do Mestre dos Sabores 2019 (Cozinha do Cavaleiro), Chef Edu Reis (Café de La Musique), Chef Júlio Duarte (Brazilian Paradise Restaurante), além do Dr Crepe, Dr Dog, a Bike do Gula Gelada, entre outros.

O produtor Lino Fructuoso organizou o evento de forma que leve o público até a entrada do museu, unindo a arte e a gastronomia. “As expectativas estão altas, pois será o primeiro evento gastronômico desse porte em Brasília, após esses quase dois anos parados. Muitas reticências, mas preparamos tudo com cuidado e alta qualidade. Quem for conferir o evento vai se deparar com muita comida boa e de alto padrão. Tem comida para todos os gostos, idades e preços, será uma delícia.”
História do MAB

Criado em 1985 para expor obras de arte reunidas pela extinta Fundação Cultural do Distrito Federal, o Museu de Arte de Brasília passou por um longo período com as portas fechadas ao público devido à precariedade das instalações. Reaberto este ano, após uma longa reforma, o acervo do MAB é composto por mais de 1.400 obras de Artes Visuais e Design dos períodos moderno e contemporâneo no Brasil. O foco do museu é a história da arte e do design do DF.

Aberto de quartas a segundas-feiras, das 9h às 21h, com entrada gratuita, o MAB tem atraído o público brasiliense que busca novos lugares na capital. “Acho que o sucesso do MAB se deve a dois fatores: uma gestão eficiente, aliada a uma curadoria sintonizada com o público, e à liberdade que oferecemos para que o MAB seja um museu diferenciado, leve, integrado ao projeto do complexo cultural da orla do lago, somando-se à Concha Acústica. Quem vai ao MAB hoje já vê essa diferença. É resultado de um trabalho que envolve muito amor e dedicação. Estamos trazendo de volta seu acervo ao mesmo tempo em que são definidos projetos de curto e médio prazos para públicos de todas as idades”, afirma o Secretário da Secec, Bartolomeu Rodrigues.


O MAB possui mais de 1.400 obras no acervo.

Depoimentos

Alana Gama (servidora pública)

“Eu sempre via a placa do museu e ficava curiosa, pois não o conhecia e não ouvia falar dele, até que esse ano vi uma matéria sobre sua reabertura após anos fechado e sobre as oficinas de arte que eles iam realizar. Fiquei superempolgada e me inscrevi. Surpreendi-me positivamente tanto com as oficinas quanto com o museu, pois além de ter uma ótima estrutura e localização, conta tanto com o acervo fixo e exposições. Minha obra preferida é o quadro Signos II, de Iberê Camargo e a coleção de desenhos de Tarsila do Amaral. O MAB é importante, pois arte é algo que deixa a nossa vida mais bonita, principalmente em tempos em que ficamos tão reclusos, além de servir como um espaço para movimentar a cultura tanto para os brasilienses quanto para o turismo na capital.”


Rodolffo Araújo (engenheiro civil)

“Minha experiência no MAB foi enriquecedora. A arquitetura do museu é incrível, o que me chamou a atenção por ser engenheiro civil. Dentre as obras que vi, a dentes de boi com cera me despertou curiosidade por ser 3D, mas entre todas as obras minha favorita foi o banco da entrada, que segundo o instrutor do MAB é de uma artista local e tem inspiração na fachada do museu. No museu, podemos ainda ver uma mescla entre um museu que recebe obras de grandes artistas, mas que também valoriza a cultura local e abre espaço para o crescimento da cena local. Uma última observação é sobre a feira que estava acontecendo no MAB no dia da nossa visita, mostrando que o museu não é somente para conhecer artistas, mas um espaço muito importante para a socialização das pessoas de modo geral.”


Eduardo Lavocat (engenheiro civil)

“Foi uma experiência muito legal, muito agradável. O museu ficou muito bonito, arquitetonicamente, após a reforma. E as peças e esculturas expostas são muito interessantes para serem analisadas. É importante ressaltar que tem vários artistas brasilienses e fotografias de Brasília da época da inauguração da cidade, o que é muito legal. Para esse período mais seco e quente, é um tipo de lazer agradável para fugir do calor de Brasília. Para mim, a obra que mais me chamou a atenção foi O escorregador, pelo porte e pela sensação que a bola pode escorregar a qualquer momento, ficando entre a estabilidade e a instabilidade. O MAB é muito importante para criar mais um ponto na cidade onde podemos celebrar
a arte.”

*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco

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