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Leimar Leitão de Assis lança 'Memorias do Grupo Folclórico Hispano-Americano'

Produtor de programa sobre o carnaval, colecionador de calhambeques e um dos fundadores do Grupo Folclórico Hispano-Brasileiro, Leimar coleciona fordinhos e muitas histórias da capital federal

Correio Braziliense
postado em 21/09/2021 06:00
Leimar Leitão (D) com o carnavalesco Joãosinho Trinta e com o sósia de Itamar Franco no Pacotão, em desfile no calhambeque do autor -  (crédito: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press)
Leimar Leitão (D) com o carnavalesco Joãosinho Trinta e com o sósia de Itamar Franco no Pacotão, em desfile no calhambeque do autor - (crédito: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press)

Ele é cearense, produtor de programa sobre o carnaval, colecionador de calhambeques e um dos fundadores do Grupo Folclórico Hispano-Brasileiro, que se desdobrou em Centro de Tradições Cearenses. Mas, ao escrever Memorias do Grupo Folclórico Hispano-Americano (Ed. do autor), Leimar Leitão de Assis reconstitui muitas histórias na conexão Ceará- Brasília. Leimar chegou a Brasília em 1972 em busca de uma oportunidade profissional. No entanto, jamais esqueceu a terra de origem.

Em 1966, ele participou da criação do grupo Folclórico Hispano-Brasileiro, ligado à Universidade do Ceará, que cultivava as raízes hispânicas, com destaque para a dança flamenca e suas castanholas. Interessado em estudar espanhol, Leimar ingressou, em 1965, no Centro de Cultura Hispânica da Universidade Federal do Ceará.

Animados pelo fascínio dos costumes e do folclore espanhol, um grupo de alunos, liderado pela professora Elzenir Colares, resolveu criar o Grupo Folclórico Hispano-Brasileiro, com sede no bairro Benfica, em Fortaleza. Ele tinha apenas 16 anos, e a média dos outros colegas era de 20 anos. Depois de um período de pesquisas, em 1966, o grupo promoveu o 1 Festival de Folclore Hispano-Brasileiro.

Mediante a realização de shows, sorteios e tertúlias, o grupo conseguiu dinheiro para montar a primeira peça, Tourada Espanhola, no palco do Teatro José Alencar. Não é uma história em linha reta; as memórias de Leimar ganham, por vezes, um movimento caprichoso de crônica. “Olé” é uma expressão utilizada pelos toureiros na Espanha para marcar um momento de ousadia ou beleza dos movimentos durante a performance.

No entanto, o responsável por levar a expressão da tourada para o futebol foi o craque Mané Garrincha, o endiabrado ponta-direita do Botafogo e da Seleção Brasileira, que aplicava dribles tão desconcertantes, que fazia de cada marcador um touro ludibriado por suas fintas. Leimar lembra o jornalista João Saldanha, em Histórias do futebol. Em uma célebre partida contra o River Plate, no Estádio Olímpico Universitário do México, sempre que Garrincha parava na frente do zagueiro, a torcida fazia silêncio, e quando o ponta entortava o zagueiro, um coro de mais de 100 mil pessoas gritava: Olé!!!

Leimar coleciona fordinhos e, em 2009, teve a honra de conduzir, no desfile do Bloco Pacotão, o carnavalesco Joaosinho Trinta, ao lado de Jafé Torres, sósia do ex-presidente Itamar Franco. Mas um capítulo que interessa particularmente aos brasilienses, é o dedicado à Casa do Ceará, da qual Leimar foi diretor. Ele coordenou a Noite Cearense sob o luar de Brasília, que trouxe o Grupo de Tradições Cearenses para dançar na sede da Casa do Ceará e na Esplanada dos Ministérios. A instituição promoveu shows memoráveis com Luiz Gonzaga, Fagner, Belchior, Sivuca e Ednardo, entre outros.

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