MÚSICA

Projeto Punya resgata pegada roqueira com figuras icônicas de Brasília

Banda apresenta projeto musical produzido durante a pandemia e que traz temas atuais. Disco foi produzido, mixado e editado durante as restrições impostas pelo novo coronavírus

A pandemia da covid-19 fez surgir o que “é bom, correto e auspicioso”: Punya. Projeto musical genuinamente brasiliense que reuniu os músicos/compositores Diógenes Dias (guitarra) e Ângelo Macarius (vocal) – duas figuras “das antigas” das quadras da capital. Com as participações do baixista Eric Coelho e do batera Sidney Campos lançaram, agora em abril de 2021, o álbum Punya, que com certeza abrirá asas da imaginação de quem ouvir.

Numa onda do novo normal - ou será anormal – o disco foi produzido, mixado e editado, assim como a formação da banda, durante as restrições impostas pelo novo coronavírus. Momentos de reflexões e de coragem para expor, de forma assertiva, músicas e letras que retratassem o momento sócio-político e polarizado em que passa o país. Fazia tempo isso não acontecia de forma apurada, inteligente.

“A banda Punya busca expressar as aspirações, conflitos, venturas e desventuras daqueles que buscam saber quem são e unir-se com essa Inteligência”, afirma Dias. “Sem dogmatismos, conceitos e preconceitos a cerca de uma conexão e linguagem que reside no coração”, completa Macarius.

Quem visa buscar definir um estilo, um gênero musical no som de Punya, vai encontrar de tudo um pouco: punk, rock alternativo, progressivo, metálico, brasileiro – indefinivelmente som brasiliense... libertário de todas as origens e vertentes. Mas, sobretudo, vai encontrar letras e acordes musicais de quem sabe o que estão fazendo, algo novo nesta de década de 20 deste século.

Indefinível - O álbum Punya foi-me apresentado por acaso, por meio da rede social de uma amiga, que postou uma música da banda. Resolvi conferir e logo de cara fiquei impressionado já com a primeira faixa Erga Omnes. Sou jornalista, não sou crítico de música, porém gosto de boa música, boa letra e, principalmente, da vibração sonora que me chega aos ouvidos. Sândalo, Perto de Mim e Quem Era Lavoisier? revelaram-me como algo novo, fora da normalidade que impera na atual música brasileira deste século.

Perda de tempo rotular o projeto Punya. Ele é como lhes descrevi uma conjunção que somente Brasília proporciona a quem vive aqui neste Cerrado místico. Sugestão? Ouça e perceba as variantes de cada faixa. O álbum Punya está disponível no site oficial da banda https://punyaoficial.com.br ou no streaming do Spotify. “O conceito vai ao encontro do mundo todo e aos seres que nele vivem”, decreta o vocalista Macarius.

 

Marcelo Sirkis
Especial para o Correio