Artes cênicas

Projeto Audiodrama traz exposição que reúne universos da música e do teatro

Mosta está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde o público pode interagir com as instalações sonoras concebidas para proporcionar experiências auditivas

Nahima Maciel
postado em 12/11/2021 06:00
Diretor de teatro Cesar Augusto, curador de Audiodrama -  (crédito: Elisa Mendes)
Diretor de teatro Cesar Augusto, curador de Audiodrama - (crédito: Elisa Mendes)

Criado a quatro mãos pelo ator e diretor Cesar Augusto e pelo curador de música experimental e DJ Chico Dub, o projeto Audiodrama leva ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) uma exposição que une os universos da música e do teatro. Para criar a mostra, a dupla convidou artistas conhecidos como referências em suas áreas, e eles criaram obras capazes de unir o mundo dos sons com o das artes cênicas.

Assim, o coletivo Chelpa Ferro deu às mãos a Fausto Fawcet para dar forma a uma instalação na qual convivem poesia e artes visuais e Fernanda Takai e João Ulhôa, do Pato Fu, se juntaram aos irmãos Adriano e Fernando Guimarães para criar O herói como batata, uma dramaturgia diferente, ligada à noção de site specific, para ser apreciada em redes espalhadas pelos jardins do CCBB.

  • Coletivo Chelpa Ferro, que participar da exposição Audiodrama
    Coletivo Chelpa Ferro, que participar da exposição Audiodrama Divulgação
  •  Coletivo Chelpa Ferro, que participar da exposição Audiodrama
    Coletivo Chelpa Ferro, que participar da exposição Audiodrama Divulgação
  • Diretor de teatro Cesar Augusto, curador de Audiodrama
    Diretor de teatro Cesar Augusto, curador de Audiodrama Elisa Mendes

O diretor Felipe Hirsch faz dupla com o duo de música eletrônica Os Fita, formado por Abel Duarte e Cainã Bomilcar. Desse encontro inusitado, mas afinado, nasce Fantasmagoria nº 3. Ainda como parte da mostra, a pianista e compositora Jocy Oliveira e o ator Francisco Ohana estão juntos em Dura, instalação sonora sobre uma mulher que vira pedra. "Esse flerte entre a cena e o som se dá no espectador, que vai poder criar suas imagens, cenas e seu imaginário. Tem referências de áudio, de podcast, tudo que flerta com som, mas que necessita do espectador para construir algo palpável e concreto por meio da abstração que se faz pelo ouvido", explica Cesar Augusto.

Com lastro artístico que vem do teatro — Cesar dirige o Tempo Festival e faz parte da carioca Companhia de atores —, o curador conta que tem origem totalmente fundada nas artes cênicas, enquanto Chico Dub traz para o projeto a música experimental. Diretor do Festival Novas Frequências, Dub cria obras que flertam ou derivam do suporte sonoro. "A partir desse casamento artístico surgiu o Audiodrama: o drama sou eu, o áudio é ele", brinca Cesar. "É um termo curioso, é difícil colocar o projeto numa caixinha e isso é uma das maiores qualidades dele. É um desses projetos que conversa com diversas linguagens, diversas mídias. Tem toda uma ligação histórica com a radionovela, o radioteatro, mas que, de alguma forma, a gente conseguiu trazer para a atualidade", explica Chico Dub.

Os quatro trabalhos apresentados são espécies de instalações sonoras concebidas para proporcionar experiências auditivas. Um total de 18 caixas estará espalhado pelo CCBB e o público poderá escolher um percurso para apreciar as obras. Dessas, oito estão em pedestais, na altura do ouvido das pessoas se estiverem sentadas em cadeiras, e oito ficam suspensas em círculos acima da cabeça. "Com isso, conseguimos espacializar o som e criar uma experiência auditiva sonora que você não consegue reproduzir em casa ou no seu headfone", avisa Chico Dub. "E é possível brincar com esse desenho sonoro no espaço."

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação