MÚSICA

Rosiane Pinheiro fala sobre a depressão no auge da fama e abusos sexuais

A modelo integrava a 'Gang do Samba', grupo de axé de sucesso da década de 90

Cecília Sóter
postado em 08/03/2022 17:21 / atualizado em 08/03/2022 17:21
A modelo disse ainda ter sido vítima de maus-tratos da madrasta, ainda na infância -  (crédito: Reprodução)
A modelo disse ainda ter sido vítima de maus-tratos da madrasta, ainda na infância - (crédito: Reprodução)

A modelo, atriz e repórter Rosiane Pinheiro, 47 anos, dançarina da extinta Gang do Samba, fez uma série de desabafos no Twitter, revelando ter sofrido abusos sexuais da infância a adolescência e depressão no auge da fama.

"Minha vida nunca foi fácil. Muito pelo contrário, já tive que lutar muito em toda minha trajetória. Já trabalhei como manicure, vendedora, recepção, vendi revistas, para tentar me manter e ter minha independência. Já fui abusada sexualmente diversas vezes na minha infância e muitas dessas vezes por pessoas de dentro de casa que eram filhos da minha madrasta, e a vida toda ninguém nunca soube disso. Ao completar 18 anos, novamente, outro abuso onde o homem me deu um ‘boa noite, Cinderela’. Estava desacordada e ele tirou minha virgindade. Após (o estupro) fiquei desacordada por mais de um dia, e ainda assim ele saiu falando para todo mundo que tinha tirado a minha virgindade. Porém, não contou a parte que ele tinha me dopado para isso acontecer", relatou.

"As pessoas até hoje pensam que minha vida foi e é fácil e que eu sou milionária. Muitas pessoas perguntam: ‘Rosiane como você não é rica se você fez Playboy e ganhou tanto dinheiro?'. Eu respondo: 'Sim, ganhei dinheiro. Porém, não tanto quanto as pessoas imaginam, pois eu não tinha noção do quanto de dinheiro que entrava, porque quem administrava tudo não era eu. Ou seja, da minha revista, não recebi nem 30% do valor que foi negociado. Achei que tinha sido negociada por um valor e depois vim saber que era outro. Dizem também: 'Por que você sumiu? Não está igual as outras dançarinas da sua época?'. Eu nunca tive as mesmas oportunidades que elas, não sei se por ser preta, não sei porque, mas nunca tive as mesmas oportunidades. Me questionava o por que também", completou.

A modelo disse ainda ter sido vítima de maus-tratos da madrasta, ainda na infância. "Voltando para minha infância, minha madrasta me fazia de escrava e me obrigava a fazer todas as obrigações domésticas. Eu era apenas uma criança e se eu não fizesse, apanhava e ela esquentava o ovo e me queimava na língua e mão", contou.

Ela falou ainda sobre ter sofrido de depressão quando estava no auge da fama com o grande sucesso de bandas de pagode baiano, como Gang do Samba, Companhia do Pagode e É O Tchan.

"Outra coisa que sempre foi muito questionada é a minha depressão. Ela não teve início após eu sair da Gang. Muito pelo contrário, fiquei em depressão no ano que eu estava no auge em todos programas de TV nacionais, desfilando em escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo. Porém, a banda mudou de empresários e esse novo empresário disse: 'vocês irão ficar um ano sem fazer show'. Isso no auge. Eu fiquei desesperada pelos meninos da banda, porque eu continuaria ganhando meu dinheiro e fazendo minhas coisas, mas eu comecei a pensar, e os meninos? As famílias? Com isso, que eu entrei na depressão. Com o medo de ver os meus amigos, que para mim na época, eram minha segunda família, sem trabalho, sem o ganha-pão para a família deles. E não por mim", concluiu.

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