Música brasiliense

Jay, cantor de Brasília, lança 'Ethos', primeiro EP da carreira

O artista de pop urbano lançou, nesta sexta-feira (22/4), a faixa 'Nosso amor é droga' e finalizou o primeiro EP, que conta com cinco faixas

Pedro Almeida*
postado em 22/04/2022 16:58 / atualizado em 22/04/2022 20:22
 (crédito: Dan Pitta/Divulgação)
(crédito: Dan Pitta/Divulgação)

O cantor Jay lançou, nesta sexta-feira (22/4), Nosso amor é droga, a quinta e última faixa do EP de estreia Ethos. Com isso, a obra, focada no pop urbano, fica disponível na íntegra em todas as plataformas de streaming.

Ao contar a própria história e a relação com a música, Jay gosta de recorrer às metáforas. Por coincidência, o pai dele é conhecido pela alcunha de Sabiá, devido à cantoria nas rodas de capoeira que frequentava. Com essa lembrança pueril, o artista começa a remontar o amor pela música. A musicalidade do pai deu início a tudo. Crescer junto a uma metafórica ave cantante foi a fagulha para acender a chama da música, que não se apagaria mais.

Aos nove, ele começou a esboçar acordes no violão. A voz passou a acompanhar as cordas de forma natural. Ainda nos covers e releituras, o músico revisita a relação paterna e a capoeira para justificar o interesse em compor as próprias músicas. A cantoria dos jogadores, afinal, não era uma amontoado de sons, mas uma mensagem de luta que remonta aos tempos de escravidão. Era a forma de passar a mensagem adiante. Hoje, aos 23, Jay reúne as mensagens, confissões e invenções pessoais no EP Ethos.

Com cinco faixas, o EP passeia por diversos estilos. De acordo com o músico, elas são “planetas diferentes em um mesmo universo”. A ideia de ficar engessado em um mesmo gênero musical não está nos planos. R&B, MPB e até mesmo o funk são contemplados nas faixas, que se abrigam no guarda-chuva denominado por ele de pop urbano, um gênero mais livre que pode flertar com diversos ritmos já consolidados. As músicas foram lançadas de forma independente, uma a uma, nas plataformas digitais. Agora, com o lançamento de Nosso amor é droga, o quinteto de canções está completo e dá vida ao Ethos. O nome, que deriva do grego, remete aos costumes e comportamentos de uma sociedade; Jay quer dizer que o álbum é um apanhado de todos os hábitos e vivências assimilados por ele até então. Na obra, ele conta sobre a própria vida, mas usa da autoficção. Há verdade e há invenção. Os dois se entrelaçam para contar uma grande história coesa ao longo das canções.

Sem sentir a pressão do debute, o artista conta que sentiu um chamado e que, enquanto fizer o que ama, não se sentirá pressionado a produzir. O retorno do público, claro, é sempre gratificante. Jay coleciona momentos e histórias sobre trocas com ouvintes que o emocionaram e o motivaram a continuar. E o feedback tem se apresentado, também, nos números. Apesar da curta carreira, o cantor já soma 300 mil plays no Spotify, sendo que 200 mil destes são de faixas presentes no EP.

A cena musical de Brasília, de acordo com Jay, é um bebê. Ainda que nova, aprende e evolui de forma rápida. Ele fala com otimismo sobre o avanço cultural na capital e se vê em constante crescimento junto a ele. Grande parte dos ouvintes de artista, porém, são de São Paulo. Isso faz com que o grande polo que é a capital paulista volte os olhos para cá. O olhar dos adultos da indústria cultural, como São Paulo e Rio de Janeiro, pela criança Brasília, colabora para que Jay e os vários outros artistas que, cada vez mais, por aqui emergem, encontrem caminhos para alçar grandes voos.

EP Ethos, na íntegra

*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel

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