A Disney está investindo pesado na Marvel em todas as frentes que consegue. Mais recentemente, as séries, originais do Disney+, têm sido um dos principais focos. O lançamento deste início de ano é Cavaleiro da Lua, seriado de super-herói estrelado por Oscar Isaac, que mostra um vigilante que serve o Deus egípcio Khonshu, mas tem dificuldades de atuar como herói por sofrer de um transtorno dissociativo de personalidade, ou seja, tem mais de uma personalidade no mesmo corpo.
A série chama atenção por trazer um roteiro diferente de tudo feito previamente feito pela Marvel, mas também por ter características visuais inovadoras e arrojadas. Um dos principais nomes envolvidos nesse ar de novidade que a série traz é a diretora de arte Stephania Cella, conhecida pelos trabalhos A grande beleza (2013) e Morbius (2022). Ela acredita que o roteiro da série ajudou o próprio trabalho. "Acho que essa é uma história diferente, acredito que destoa de tudo que Marvel fez anteriormente e de tudo que vi sobre super-heróis", explica em entrevista ao Correio.
Ela estudou muito para representar as características da série no set. "Nosso departamento, por exemplo, tem muito cuidado com cada livro que aparece no lugar onde mora. Cada título fala algo sobre o personagem, não escolhemos no aleatório", conta Cella. "A partir do momento em que nada é aleatório, nós conseguimos expressar que personagem ele é com o set", adiciona.
Stephania, contudo, não fez tudo da própria cabeça. Mergulhou nas histórias publicadas do herói nos quadrinhos para chegar ao resultado final. "Os quadrinhos foram uma grande inspiração", lembra. E ainda adiciona que sem eles não conseguiriam representar a união entre o Egito antigo e os dias de hoje como a série faz. "Eu me eduquei demais com as HQs e elas prepararam o terreno para que conseguíssemos atravessar essa ponte", revela.
O Egito é como um personagem na trama e todas as divindades e mitos que circulam a misteriosa história do país são importantes para o enredo. "Nós fizemos uma pesquisa extensa para que os deuses, as tumbas e todas as outras representações fossem historicamente corretas", pontua a diretora de arte, que chegou a um resultado exuberante e preciso da memória desse povo tão estudado. "Eu não queria que o Egito parecesse um desenho animado, eu busquei representar o Egito e ser leal com os ancestrais, história e cultura que o país tem", acrescenta. "O desafio era não transformar história em cartum, não queríamos que deuses se tornassem personagens, queríamos que eles fossem realistas e conseguimos", finaliza.
Direção de arte
Nas extensas listas de créditos que aparecem aos finais de filmes ou episódios de séries, alguns departamentos recebem um carinho especial e um deles é a direção de arte. O diretor de arte é o responsável pela caracterização do ambiente de uma produção audiovisual, de cenário, a objetos, passando por cores e principalmente detalhes. Para Stephania, o diretor conta uma história que não é dita. "O apartamento do protagonista fala muito mais sobre ele do que é dito no roteiro", afirma a diretora. "São camadas de detalhes. Para mim, ficar atento às particularidades é muito importante", complementa.
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