Exposição

Pesquisa sobre cultura no Paranoá revelou carência de recursos no setor

Território Cultural do Paranoá mapeou dados sobre artistas e lança websérie para divulgação de cena local na IX Mostra de Diversidade e Cultura do Paranoá

Correio Braziliense
postado em 01/06/2022 18:01 / atualizado em 01/06/2022 18:01
Martinha do Coco é a principal atração da IX Mostra de Diversidade e Cultura do Paranoá -  (crédito: Davi Mello/Divulgação)
Martinha do Coco é a principal atração da IX Mostra de Diversidade e Cultura do Paranoá - (crédito: Davi Mello/Divulgação)

O Território Cultural do Paranoá revelou, no primeiro volume do Mapeamento Cultural do Paranoá, Itapoã e Região, dados inéditos sobre a produção artística da região. Dentre as informações divulgadas, a constatação do Paranoá como um grande pólo de propagação cultural foi destaque. Os resultados foram coletados no biênio 2021/2022, baseados em questionários aplicados a 90 agentes culturais, contemplando perguntas sobre identidades, potencialidades e demandas.

Recortes como gênero, raça, formação artística, renda, acesso a espaços e oportunidades e equipamentos culturais foram apurados junto à comunidade. A pesquisa traz, por exemplo, que 85,4% dos artistas do Paranoá se identificam como negros, pretos ou pardos.

A pesquisa será destacada em websérie que será lançada na IX Mostra de Diversidade e Cultura Popular do Paranoá, nos dia 11 e 12 de junho. Em cada episódio, grupos e artistas da região do Paranoá e outras Regiões Administrativas (RAs) serão apresentados, entre eles Martinha do Coco, Caleba Brasil e Jambu Trio.

Segundo o idealizador do Mapeamento, Alex Oliveira, o objetivo é incentivar a ampliação de investimentos no setor, levando em consideração que 49,9% dos artistas afirmaram não ter renda mensal com a própria linguagem artística e 70% não possuem Cadastro de Ente Agente Cultural (CEAC), que viabiliza a concorrência em editais.

“Para que parlamentares, gestores públicos, empresas, saibam o que fazemos, onde nos encontrar, quais são nossas demandas, como nos apoiar, para que nossos saberes e fazeres cumpram seus propósitos nesse mundão”, afirma em nota à imprensa.

A cena local, retratada pela pesquisa, abriga, atualmente, 65,4% de homens cisgêneros, frente aos 29,4% de mulheres cisgênero, 3,8% de não-binários e 1,2% de pessoas trasngêneras, sugerindo que a Cultura na região ainda contempla pouca diversidade de gênero. Espaço e oportunidade ainda são desafios: somente 10% já recebeu algum recurso via orçamentos destinados a eventos das RAs.

Foi apurado, ainda, que a classe se organiza, em sua maioria, em coletivos politizados, com forte presença jovem. Estes grupos, por sua vez, revertem a produção cultural de volta à sociedade, em ações solidárias de transformação social.

A websérie Mostra de diversidade e cultura popular do Paranoá terá episódios inéditos lançados no canal oficial do Território Cultural do Paranoá no YouTube até dia 12 de julho. Confira o primeiro, com a fotógrafa e artista visual Isabelle Prado:

 

Serviço
IX Mostra de Diversidade e Cultura Popular do Paranoá, 11 e 12 de junho, na Praça da quadra 28 - Paranoá

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