Cinema

Filme que toca o coração é promessa para a ressaca do dia dos namorados

Baseado em sentimentos nutridos ao longo de décadas, filme de Natara Ney aposta no poder de emocionar, por meio de um invejável repertório de romance epistolar

Ricardo Daehn
postado em 13/06/2022 11:18
 (crédito: Felipe Fernandes/ Divulgação)
(crédito: Felipe Fernandes/ Divulgação)

Foi de uma banca de feira de antiguidades carioca que a diretora pernambucana Natara Ney juntou o fio da meada para desenvolver um dos grandes documentários a competir no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, há quase dois anos: Espero que esta te encontre e que estejas bem. Depois da competição no festival, o filme finalmente alcança as telas do Brasil. Impulsionado pela aguda capacidade de observação da diretora, que, entre outros feitos, é montadora de fitas como Divinas divas (de Leandra Leal), o longa é uma excelente pedida para a ressaca do dia dos namorados.

Com cancioneiro lírico, que acopla El día que me quieras, Hino ao amor, Namorada que sonhei e até Ave Maria, a fita é encharcada de tom sentimental, mas, em nada, meloso. Um casal anônimo (Oswaldo e Lúcia), separado por décadas, protagoniza, pelas palavras alinhavadas em cartas, o grande romance do filme. "Esse texto foi construído em um longo processo, cada trecho de cartas presente no filme tinha uma função, além de apresentar um pouco mais sobre nossa personagem, ele também contribuía para o andamento da história. Penso que por acreditar tanto no amor eu não tive receio de expor sentimentos verdadeiros, tanto meus quanto de Lúcia, nossas verdades estão ali e, por ser verdadeiro e legítimo, ele emociona sem pieguismo", comenta a diretora, em entrevista ao Correio.

O entrosamento junto à literatura de Bell Hooks, Manoel de Barros e Adriana Falcão assumidamente ajudaram na concepção do filme, pelo que enfatiza Natara. "O mesmo se deu com a trilha, as músicas presentes são recortes sonoros de uma época, músicas que a minha mãe cantava, músicas presentes na minha memória afetiva", entrega. Sem vacilar, ela também detecta o envolvimento com o cerne do filme. "Após ler cada uma das cartas, percebi a coragem do casal em fazer com que o relacionamento funcione, Lúcia confia em Oswaldo, faz dele seu melhor amigo e confidente, ele faz dela sua parceira. Os dois juntos constroem uma relação. Mesmo ele tendo que viajar, o casamento sendo adiado, situações de doença, distâncias e eles ali no exercício delicado de fazer o amor funcionar", conclui a cineasta.

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