Artes visuais

Geometria sensível de Amilcar de Castro em exposição no jardim do CCBB

Obras de Amilcar de Castro ganham exposição no CCBB e complementam o jardim de esculturas montado na área externa da instituição

Nahima Maciel
postado em 16/06/2022 06:00 / atualizado em 17/06/2022 12:27
Exposição Jardim de Amilcar em obras, de Amilcar de Castro, no CCBB -  (crédito: Comunicação e Cultura/Divulgação)
Exposição Jardim de Amilcar em obras, de Amilcar de Castro, no CCBB - (crédito: Comunicação e Cultura/Divulgação)

Depois de invadir o jardim do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), as obras do escultor Amilcar de Castro ganham agora uma das galerias da instituição. A mostra Jardim de Amilcar em obras: Projetos, materiais e ressonâncias leva ao público, a partir de sábado, um pequeno panorama dos modos de trabalho e concepção do artista. "A gente está encarando como uma segunda etapa do 'projeto do Amílcar'", avisa a curadora Marília Panitz.

  • exposição Jardim de Amilcar em obras, de Amilcar de Castro, no CCBB Comunicação e Cultura/Divulgação
  • exposição Jardim de Amilcar em obras, de Amilcar de Castro, no CCBB Comunicação e Cultura/Divulgação
  • exposição Jardim de Amilcar em obras, de Amilcar de Castro, no CCBB Comunicação e Cultura/Divulgação
  • Exposição Jardim de Amilcar em obras, de Amilcar de Castro, no CCBB Comunicação e Cultura/Divulgação
  • exposição Jardim de Amilcar em obras, de Amilcar de Castro, no CCBB Comunicação e Cultura/Divulgação
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A exposição consiste em projetos em papel para as esculturas, com um total de 21 desenhos da coleção Allen Roscoe e outros 20 de Márcio Teixeira, além de um lote de esculturas em madeira e em ferro e uma série de pinturas. "A ideia da exposição é que as pessoas possam ver a matriz do Jardim do Amílcar para entender como ele faz esse processo. Inclusive, estamos trazendo algumas pinturas feitas com vassouras para mostrar que o pensamento é o mesmo", explica. Nascido em Paraisópolis (Minas Gerais) e conhecido como um dos nomes mais importantes da escultura neoconcreta brasileira, Amilcar, que morreu em 2002, trabalhava basicamente com as formas geométricas.

Apesar da perspectiva racional de sua abstração geométrica, o artista costumava explicar que se deixava, com frequência, levar pelo improviso. As pinturas realizadas com vassouras e selecionadas para a exposição no CCBB são fruto dessa combinação. "A ideia é mostrar que é uma geometria sensível, ao mesmo tempo feita com precisão, porque ele faz direto sem ter feito croqui antes. E saem os traços absolutamente retos. Quando você vê essas coisas entende as falas dele em que diz que trabalha com o improviso", avaliza a curadora. "A geometria está introjetada e ele trabalha mais intuitivamente, o que é muito bonito porque dá mais vida à obra."

Segundo a curadora, cinco das pinturas expostas na mostra são inéditas e nunca foram exibidas. "Elas foram escolhidas a partir dessa ideia de demonstrar como junta essa coisa do gestual, daquela coisa que lembra a pintura japonesa, feita de uma vez, com rapidez, para guardar o frescor do traço, ao mesmo tempo em que é muito exata", diz. Também faz parte da exposição um conjunto de esculturas pequenas de Amilcar de Castro. A ideia é que ajudem o visitante a perceber como as obras menores serviam de projeto na criação das peças de grande porte exibidas no jardim do CCBB.

Além das esculturas em ferro, a curadoria também selecionou obras em madeira e em volumes menores. São peças que, eventualmente eram encaradas como maquetes para as produções de grande porte como as expostas no jardim. A intenção da curadora é mostrar a diversidade da produção do artista.


Jardim de Amilcar em obras: Projetos, materiais e ressonâncias

Obras de Amilcar de Castro. Curadoria: Marília Panitz. Visitação de 18 de junho a 14 de agosto, de terça a domingo, das 9h às 20h, na Galeria 4 do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-SCES, Trecho 2, Lote 22)

 

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