Cinema

Chega aos cinemas drama histórico que retrata força de mulheres negras

Estreia hoje nos cinemas o longa 'A mulher rei', um drama histórico de ação protagonizado por Viola Davis

Pedro Ibarra
postado em 22/09/2022 06:00 / atualizado em 22/09/2022 06:18
 (crédito:  Ilze Kitshoff/Divulgação)
(crédito: Ilze Kitshoff/Divulgação)

A história dos países africanos é muito rica, porém pouco explorada. O continente tem os próprios ícones e as próprias lendas e as memórias, mas as oportunidades dessas narrativas chegarem ao grande público  são raras. Em A mulher rei, o espectador pode viajar para o reino de Daomé, no atual Benin, para conhecer o grupo de guerreiras Agojie. Uma dessas histórias que não tinha a chance de ser contada, até agora.

O longa é um dos destaques das estreias da semana nos principais cinemas do Brasil. A história volta para 1823, quando esse grupo formado apenas por guerreiras mulheres, de extrema força e muito treinamento, protege o reino de invasores, perigos, tribos rivais e principalmente de mercadores de escravos. A produção é protagonizada pela vencedora do Oscar, Viola Davis, e ainda tem nomes do calibre de Lashana Lynch, Thuso Mbedu e John Boyega no elenco.

Intérprete de Nanisca, Davis acredita que é uma chance de visibilidade para histórias protagonizadas por mulheres negras. "As mulheres negras serão vistas como pessoas, como merecem. Nossa beleza será vista, nossa força também. Nós nos sentiremos valiosas", afirma a atriz. "O público sentará para ver e ouvir essas lindas mulheres pretas de cabelo crespo por duas horas e seis minutos. Vão ouvir as histórias delas, o que elas têm a dizer", completa em coletiva concedida à imprensa brasileira.

Além de uma história importante, muito foi investido no filme, que tem como um dos principais pilares as cenas de ação. Davis e as outras atrizes malhavam cinco horas por dia, sendo três horas e meia de artes marciais e uma dieta especial. "Tive que mudar muito meu corpo. Precisei encorpar para fazer algumas cenas que me foram pedidas", lembra a artista.

Produtor do filme e marido de Viola, Julius Tennon acredita na emoção da fita, que, para além de toda ação, é uma experiência marcante, principalmente para as pessoas negras. "Pessoas negras frutos da diáspora serão mudadas para sempre depois que assistirem esse filme", comenta. Tennon ainda aponta a importância de dar possibilidades para artistas negros em todas as áreas. "Pessoas negras têm qualidade no trabalho, tem o currículo e o conhecimento. O que falta é a oportunidade. Precisamos arrombar a porta para que essas pessoas tenham a chance de brilhar como merecem", diz Tennon.

Viola ainda adiciona que o filme é importante para os brasileiros. O Benin era um dos principais países a ceder escravos para o Brasil. "Com a venda transatlântica de escravos nós sabemos de mais de 12 milhões de africanos que foram retirados dos países de origem. A primeira parada deles era o Brasil", afirma a atriz. Ela acredita que esse filme é capaz de mudar paradigmas. "A gente vai mostrar que não é necessário um trabalho feito por homens ou mesmo pessoas brancas para conquistar o topo das bilheterias", finaliza.

 

 

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  • Mulher Rei mostra a força dramática de Viola Davis
    Mulher Rei mostra a força dramática de Viola Davis Foto: Sony Pictures/Divulgação
  • Eike — Tudo ou nada
    Eike — Tudo ou nada Foto: Desirée do Valle/Divulgação
  • Avatar
    Avatar Foto: Reprodução/internet
  • Não Se Preocupe, Querida
    Não Se Preocupe, Querida Foto: Reprodução/Warner

Crítica

Eike - Tudo ou nada // #

 (crédito: Desirée do Valle/Divulgação)
crédito: Desirée do Valle/Divulgação

Eike - Tudo ou nada

Um longa dirigido por Dida Andrade, Andradina Azevedo e baseado no livro homônimo de Malu Gaspar. Porém o que era para ser tudo ou nada, ficou mais para nada.

O filme parte desde a ideia da criação da empresa OGX, no início dos anos 2000, passa pelo sucesso de Eike Batista com investidores e com a Bolsa de Valores, mostra o lado dos funcionários e pequenos investidores que acreditaram no bilionário e chega a prisão da figura famosa do mundo econômico brasileiro. Porém, se perde entre a tentativa de ser uma viagem pelo ego de Eike, uma sátira ao estilo de vida que ele levava e um relato fiel da vida do antigo 7º homem mais rico do mundo.

As atuações não convencem, Nelson Freitas, às vezes, parece Eike, mas em outras parece uma atuação do bilionário para o antigo programa Zorra Total. As adições do elenco não conseguem salvar o longa que não diz para que veio. É informativo de forma didática em um ponto que beira o cansativo. A obra deixa bem clara toda a história de Batista, mas na ânsia de explicar tudo vira um emaranhado de fatos com tentativas mal-sucedidas e mal encaixadas de ter estilo próprio.

São claras as referências à A grande aposta de Adam Mckay e até à O lobo de Wall Street, de Scorsese. No entanto, falta ironia para ser uma sátira e verdade para dar um panorama fiel e claro da vida de Eike Batista.

Mais estreias

Não se preocupe, querida

Situado na década de 1950, o filme Não se preocupe, querida acompanha a rotina do casal Jack e Alice, vivido por Harry Styles e Florence Pugh. O par vive tranquilamente em um condomínio chamado Victory. Alice, bem como todas as esposas da vizinhança, ficam reclusas enquanto os homens vão ao trabalho. Fora dali, eles trabalham em um projeto secreto intitulado Projeto Vitória. A curiosidade sobre o que se passa por lá faz com que uma das esposas questione a empreitada. À medida em que os segredos são revelados, a vida aparentemente perfeita do condomínio começa a desmoronar.

Avatar

O longa Avatar, que abocanhou as bilheterias de 2009 e tornou-se uma das maiores da história, está de volta aos cinemas brasileiros. Em nova roupagem, o filme apresenta uma remasterização que acentua a qualidade gráfica já presente no original. A volta da obra às telonas se dá como aquecimento para a sequência, que está prevista para ser lançada em dezembro de 2022, 13 anos após o primeiro. Não para por aí: o diretor, James Cameron, anunciou que já está produzindo o quarto filme da franquia.

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