Antes de chegar ao circuito de exibições no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, a mostra A magia dos Pixels: espelhos animados da realidade tem exibições até 20 de agosto, no CCBB de Brasília. Com filmes como Toy Story 2 e Valente, a programação traz curiosidades, com a da projeção do documentário A história da Pixar (2007), capaz de desvendar parte do sucesso do estúdio, com produtos de franca aceitação entre o público, a partir da década de 1980. "Todos os filmes deles são divertidos, mas, se tivesse que optar por dois, destacaria Ratatouille, de 2007, por ser uma animação que parece uma deliciosa comédia francesa com uma engraçada ideia surreal que funciona perfeitamente: um rato gourmet que controla os movimentos de um cozinheiro puxando seus cabelos para fazer pratos fantásticos. Outro que curto demais é o Monstros S.A. (2001), que tem hilário trio de protagonistas -- os monstros Mike e Sully e a garotinha Boo. Este filme me faz lembrar das fabulosas comédias dos anos 80 como Três solteirões e um bebê (1987) e Os três fugitivos (1989)", observa Eduardo Reginato, um dos curadores da mostra do CCBB.
No dia 27 de julho, às 15h, Viva: a vida é uma festa (2017) desenha um destino alegre e surpreendente, criado a partir de um roteiro antenado que explora, para além do protagonista Miguel, um pequeno aspirante a cantor, figuras fantasmagóricas, mas pouco assustadoras. O filme é um modelo da capacidade da Pixar de estabelecer originalidade com aproveitamento de culturas muito ricas (neste caso, a mexicana).
Seguindo lema do diretor John Lasseter, um dos fundadores da Pixar, atento para a máxima de que “pessoas que trabalham com animação tendem a ser crianças”, muitos profissionais da empresa se sobressaem, como registra Reginato. "A concepção de Lesseter é um dos segredos de muitos. Há fórmulas de atração seguidas por roteiristas, diretores e animadores da Pixar, entre as quais, a de abordar questões complexas da realidade – como inveja, medo, preconceito, luto, poluição etc. – e as projetarem de maneira lúdica para as crianças. Numa fórmula, os criadores se atentam aos pais. Para agradar adultos também, os roteiristas e diretores inserem piadas e referências à cultura pop das décadas de 60, 70 e 80. Por exemplo, em Dois irmãos: uma jornada tantástica (2020) traz diversas referências a filmes dos anos 80, como Conta comigo (1986) e Um morto muito louco. Já em Toy Story 3 (2010), os diretores brincam com referências aos filmes de fugas de prisões como Rebeldia indomável (1967) e Alcatraz: fuga impossível (1979)", ressalta o curador.
Com direito a oficinas lúdicas e debates (entre os quais Como acontece a magia dos pixels?) a mostra prossegue, com mais de 30 sessões e ingressos a R$ 10 e R$ 5 (meia). Para os dias 19 e 20 de agosto, ao ar livre e de graça, haverá agrado para o público, respectivamente, às 19h, de Toy Story 4 e Up (com alargamento de visão), já que a abertura do evento trará produções brasilienses de animação. Franquias e até curtas-metragens (muito breves) estão incorporados à mostra. Crianças com distúrbios sensoriais contarão com sessão azul a ser promovida dia 8 de agosto, às 10h30), com a exibição do longa Up: Altas aventuras (2009). "Esta é uma animação genial, que lembra o quanto precisamos ter respeito aos idosos. Up nos alerta sobre o quanto o etarismo é deplorável e apresenta a maravilhosa construção de amizade entre dois personagens de idades diferentes: o octogenário Carl e o menino Russel", destaca o curador.
Um ícone feminista, a pequena e ruivinha Merida pode ser vista em Valente, dia 5 de agosto (às 15h). Para quem não lembra, o filme é criação da dupla Mark Andrews e Brenda Chapman, e mostra uma astuta princesa se rebelando contra tradições, a fim de realizar o sonho de ser arqueira. Dia 28 de julho, às 17h, outra menina (a pequena Riley) está no centro de DivertidaMente, filme da dupla Pete Docter e Ronnie Del Carmen. Num prenúncio da adolescência, a sensibilidade à flor da pele resulta em criatividade e aventura, potente no quesito emoção.
Saiba Mais
Com exibições nos dias 4 (às 17h, com caráter gratuito) e 10 de agosto (às 15h), o longa Wall-E (2008), de Andrew Stanton, deposita as fichas numa situação de catástrofe: com a Terra infestada de poluentes, os humanos se deslocam e resta a um robô solitário a coleta de lixo em escala global — isso até algo sair do curso planejado. "É um dos filmes da Pixar que repassa aprendizado; uma verdadeira obra-prima da animação, que fala principalmente sobre a necessidade de preservar os biomas da natureza, controlar o acúmulo de lixo e conter a poluição, para impedir a destruição do planeta e a nossa própria extinção", repara Reginato.
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