Com a pretensão de ser um marco na carreira de 18 anos do grupo, a banda Maneva lançou nesta sexta-feira (11/8) a primeira parte do álbum Tudo vira reggae — ao vivo, gravado em junho no Parque Villa-Lobos e com novos arranjos de músicas clássicas da MPB e do grupo paulistano. Neste EP, estão inclusas as primeiras 12 músicas do show, dentre elas Garotos II, Uma brasileira e Evidências.
Também foram publicadas as gravações em vídeo das músicas O que sobrou do céu, com Marcelo Falcão, Anunciação, Essa tal de liberdade e A queda no canal do YouTube da banda. No dia 17, Evidências, Codinome beija-flor/Catedral e Toda forma de amor chegam ao site, e, na outra semana, Morena, Meu pedaço de pecado e Mais uma vez completam a primeira parte.
Cerca de 10 mil pessoas assistiram ao setlist de 23 canções de variados estilos, desde Anunciação, de Alceu Valença e que abriu o show, até o hit de Vitor Kley Morena, que também faz parte do álbum Tudo vira reggae. Tales de Polli, vocalista e membro-fundador da banda, conta que a apresentação foi especial por si só. “Foi muito incrível o que rolou ali”, relembra de Polli.
“Tinha aquele clima de parque e de muita união. Não tinha nada de área vip e camarote, estava todo mundo junto, e eu acho que isso fez toda a diferença.” Tales explica ainda que “quando você faz um show, você vê tudo de cima do palco e sabe que foi legal, mas não dá para entender realmente o tamanho da parada.”
A cultura musical brasileira tem um grande apreço por álbuns ao vivo. Os artistas gostam de gravar, e o público compra a ideia. Tales chama isso de “juntar a fome com a vontade de comer”, e relembra as raízes da banda. “A gente começou lá em 2005, sem disco, sem estúdio. A gente tinha apenas os nossos equipamentos que usava nos bares e fazendo shows.”
“A essência da banda está justamente no ao vivo, e quando a gente tem essa relação tão forte com o show e com a estrada, os resultados tão bons que são apresentados para gente, a gravação se torna a coisa mais prazerosa do mundo”, afirma de Polli.
Por vezes, artistas e grupos musicais podem não gostar muito do produto final, principalmente quando se trata de gravação ao vivo. Não é este o caso. Segundo Tales, a energia do DVD combinou bastante com o que aconteceu no Parque Villa-Lobo. “Estou muito feliz assim na nossa escolha, nós colocamos 10 mil pessoas lá dentro e ficamos embasbacados com a força que tomou o coração do público.”
A gravação contou com a participação de artistas “clássicos” da música brasileira, como Toni Garrido, Marcelo Falcão, Gabriel o Pensador e Carlinhos Brown, e artistas “contemporâneos”, como Juliette, Vitor Kley e Ana Gabriela. Garrido, que é inspiração de todos os membros do Maneva, cantou Toda forma de amor, de Lulu Santos, e o ex-vocalista do Rappa subiu ao palco para realizar um sonho antigo de Tales de Polli: cantar Hey Joe.
“Ali no palco era o Tales do Maneva, mas também o Tales, que ama esse som e que curtiu muito a história da banda. Foi uma emoção indescritível. O público sentiu essa energia e veio junto. Foi incrível.”
Em 18 anos de carreira, o Maneva nunca teve como meta o sucesso pelo sucesso. “Nossa missão é justamente escrever e gravar canções atemporais, que possam ser lembradas daqui 100 anos, por exemplo”, afirma Tales de Polli. “O sucesso também está atrelado a diferença que fazemos na vida do outro e temos essa preocupação com aquilo que gravamos, entendendo que música é remédio, música cura.”
*Estagiário sob supervisão de Nahima Maciel
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