Prêmio

Livro 'Uma temporada no Congo' ganha prêmio de tradução

Traduzido por João Vicente, Maria da Glória e Juliana Estanisalau, o Prêmio de Tradução da Embaixada da França no Brasil premiou na última quinta-feira a obra de Aimé Césaire.

Prêmio de Tradução da Embaixada da França  -  (crédito: Claire Eouzan)
Prêmio de Tradução da Embaixada da França - (crédito: Claire Eouzan)
Maria Luiza Castro*
postado em 06/09/2023 13:10

Nesta quinta-feira (31/8), foi anunciado o livro vencedor do Prêmio de Tradução da Embaixada da França no Brasil. A obra Uma temporada no Congo, publicada pela editora Temporal, foi a premiada desta segunda edição. O livro foi escrito por Aimé Césaire, e conta a história cronológica da República do Congo, entre 1959 e 1961. Os tradutores responsáveis são João Vicente, Maria da Glória Magalhães, e Juliana Estanislau de Ataide Mantovani.

Em entrevista ao Correio, João Vicente disse que o prêmio é o reconhecimento não apenas da tradução, mas também da importância da obra de Césaire para o Brasil na atualidade. “O prêmio coloca em evidência também o texto teatral, gênero ainda pouco reconhecido, comparado aos demais”, acrescenta. O tradutor também explica os desafios de traduzir o livro. “No texto teatral a voz deve ser vir à frente, então havia o desafio de trazer o tom da obra de partida para o português brasileiro, mas com falas que soem bem no teatro. Além disso, as variações de vozes e línguas que o autor traz para a cena foram desafiantes”, conta.

Juliana Estanislau diz que o prêmio é um reconhecimento do trabalho deles, não somente como tradutores, mas como pesquisadores. Ela acrescenta que a melhor parte da tradução do livro foi ter se aprofundado na história da República Democrática do Congo. A tradutora diz ainda que vencer esse prêmio é uma forma de valorização da literatura do Aimé Césaire, da cultura apresentada por ele e da história da colonização belga no Congo “Interessante que tenha sido este texto neste momento que tenha ganhado o prêmio é muito mais do que a tradução para mim e pra Glória ou ou para o João, mas é a luz que eu imagino que esse prêmio vai colocar sobre essa obra”, explica.

Para Maria da Glória um dos prazeres de traduzir o livro foi mergulhar na poética de Césaire, e trabalhar coletivamente com outros tradutores. “As trocas foram permanentes e enriquecedoras durante todo o momento de finalização das revisões e da edição final da obra traduzida”, conta. Ela acrescenta que o prêmio é uma excelente oportunidade da valorização da obra de Aimé Césaire e do texto dramático.

*Estagiária sob a supervisão de Pedro Ibarra

 

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