O Planalto Central pode não ser um polo de cinema ainda, mas é um lugar de histórias marcantes. Uma das narrativas mais potentes dos últimos tempos, As miçangas veio do Distrito Federal. O filme de Emanuel Lavor e Rafaela Camelo estreia na capital após rodar o mundo e finalmente o próprio público terá a oportunidade de vivenciar uma história que veio do centro e conquistou as salas de cinema em todo planeta.
O curta-metragem, gravado em Brasília e com equipe praticamente toda da cidade, estreou no Festival de Berlim e passou por Biarritz, na França; Uppsala, na Suécia; Bogoshorts, na Colômbia; Huesca, na Espanha; e Hong Kong, na China; além das telas brasileiras do Festival do Rio e Cine Ceará. Ele conta a história de duas jovens que se refugiam em uma casa para uma delas abortar. Esse momento delicado e pessoal é testemunhado por uma cobra.
"É um curta com uma trajetória muito excepcional, especial, que tem feito muita coisa para gente e que chega para o lugar que a gente mais queria mostrar no mundo, que era aqui em Brasília", afirma Emanuel Lavor ao Correio. Ele lembrou que o filme permanece em cartaz no Cine Brasília por mais uma semana. "Chegou a hora de o público brasiliense dividir esse momento com a gente", completa.
Todos os envolvidos no filme estão comemorando o feito de terem a oportunidade de apresentar este curta em casa. "Acho que estou tão animada ou mais animada com essa sessão do que com a estreia. Porque agora eu posso mostrar para as pessoas que eu amo, para minha família, meus amigos, pessoas que trabalham comigo aqui na cena de Brasília. Estou muito empolgada, vai ter muita gente querida lá", diz Tícia Ferraz, protagonista da produção ao lado de Pamela Germano. "É um sensação de retorno, um filme daqui volta para estrear aqui é como fechar um ciclo não limitante, é como ter encontrado o propósito", acrescenta a atriz.
As experiências pelo mundo trouxeram As miçangas com toda pompa que merece para a capital federal, mas luxo nenhum tira dele o fato de que foi gravado em Brasília e de tratar de uma experiência brasileira. "De fato, foram muitos festivais, telas, países, cidades. As miçangas girou mesmo. Uma estória de aborto no coração do Cerrado", reflete Pamela Germano. "Para mim, estrear na cidade é celebrar essa realização coletiva, lembrar do processo e o que ele afirmou", continua. "Espero que possamos tocar nossas subjetividades ao exibir ele em casa; trocando experiências, sonhando outros projetos e reconhecendo o trabalho de realizadores locais", conclui.
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