O diretor vencedor do Oscar por Parasita, Bong Joon-ho, e outras estrelas sul-coreanas solicitaram, nesta sexta-feira (12/1), a abertura de uma investigação sobre o comportamento da polícia e da imprensa nos dias anteriores à morte do ator Lee Sun-kyun.
"Pedimos às autoridades que conduzam uma investigação exaustiva para determinar se houve falhas na segurança da investigação policial", disse Bong em entrevista coletiva nesta sexta, na presença de cineastas sul-coreanos e de personalidades da indústria.
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O diretor acrescentou que as autoridades deveriam examinar "se foram feitas declarações não autorizadas" por parte dos policiais envolvidos na investigação, cujas comunicações com os jornais foram, segundo ele, inadequadas.
Bong Joon-ho leu um comunicado assinado por cerca de 30 organizações da indústria do entretenimento sul-coreana, incluindo festivais de cinema, sindicatos de atores e a associação local de roteiristas.
Famoso em todo o mundo por seu papel em Parasita, Lee Sun-kyun, de 48 anos, foi encontrado morto em um carro em Seul no mês passado. Estava sendo investigado desde outubro pelas autoridades pelo suposto consumo de maconha e outras drogas psicotrópicas.
Após sua morte, suspeitou-se de que a polícia tenha vazado partes confidenciais da investigação, o que desencadeou uma cobertura midiática frenética e uma onda de mensagens negativas nas redes sociais.
Elogiado no passado por sua boa imagem, Lee viu sua reputação manchada, quando a investigação se tornou pública.
Em um país muito rigoroso na matéria, esse escândalo privou-o de contratos publicitários e de aparições na televisão e no cinema, lucros cessantes estimados em 10 bilhões de wons (US$ 7,68 milhões, ou R$ 37,1 milhões na cotação atual) pela imprensa sul-coreana.
Bong Joon-ho e outras personalidades pediram que se fortaleça a legislação para proteger melhor os artistas e os profissionais do entretenimento e que os meios de comunicação se comportem melhor no futuro.
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