Carnaval 2024

Paolla Oliveira 'vira onça' com truque de fantasia em desfile na Sapucaí

A rainha de bateria da Grande Rio desfilou neste domingo. Com o samba-enredo "Nosso destino a ser onça", a escola abordou a mitologia tupinambá

Paolla Oliveira, rainha de bateria da escola Grande Rio, desfilou no domingo -  (crédito: Reprodução/Redes sociais)
Paolla Oliveira, rainha de bateria da escola Grande Rio, desfilou no domingo - (crédito: Reprodução/Redes sociais)
postado em 12/02/2024 08:47

A atriz Paolla Oliveira "virou onça" no desfile da escola Grande Rio no Sambódromo Marquês de Sapucaí, neste domingo (11/2). A rainha de bateria acionou um mecanismo da fantasia enquanto desfilava, que a permitiu baixar e cobrir o rosto com a máscara do felino e voltar a sambar com o rosto descoberto segundos depois.

Veja o vídeo:

“Transformadora, devoradora, do jeito que é o nosso enredo", disse a artista Paolla Oliveira. Com o samba-enredo Nosso destino a ser onça, a escola Grande Rio abordou a mitologia tupinambá. A agremiação questionou como o Brasil se identifica com os povos originários, tendo como base o livro Meu Destino É Ser Onça, do escritor Alberto Mussa.

"O mito tupinambá da criação do mundo orienta os caminhos de uma narrativa que nos leva a pensar as simbologias da onça nas cosmovisões dos povos originários e em diferentes expressões das artes e das culturas brasileiras. Do ventre das matas aos impérios sertanejos, passando pelas lutas do presente e rugindo para o futuro: encaramos mais este desafio carnavalesco de frente, dentes e garras à mostra, incorporando a bravura e bebendo a encantaria", destacou a Grande Rio.

Veja a letra do enredo da Grande Rio:

Trovejou, escureceu!
O Velho Onça, senhor da criação
É homem-fera, é brilho celeste
Devora e se veste de constelação
Tudo acaba em fogaréu
E depois transborda em mar
A terceira humanidade Cuaraci vem clarear
Ê, Sumé, nas garras da sua ira
Enfrentou Maíra, tanto perseguiu!
Seus herdeiros vivem essa guerra
Povoando a Terra
A voz Tupinambá rugiu:

É preta, parda, é pintada, feita a mão
Suçuarana no sertão que vem e vai
Maracajá, jaguatirica ou jaguar
É jaguarana, Onça Grande, mãe e pai

Yawalapiti, Pankararu, Apinajé
O ritual Araweté, a flecha do Kamaiurá
No tempo que pinta a pedra, pajelança encantada
Onça-loba coroada na memória popular
Kiô! Kiô, kiô, kiô, kiera...
É cabocla, é mão-torta
Pé-de-boi que o chão recorta
Travestida de pantera
Kiô! Kiô, kiô, kiô, kiera...
A folia em reverência
Onde a arte é resistência
Sou Caxias, bicho-fera!

Werá werá auê, nauru werá auê!
A “Aldeia Grande Rio” ganha a rua
No meu destino a eternidade
Traz no manto a liberdade...
Enquanto a onça não comer a Lua!

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