
Morreu neste domingo (13/4), aos 89 anos, o escritor peruano Mario Vargas Llosa. Vencedor do Nobel da Literatura em 2010, ele deixa acervo extenso de romances e ensaios, bem como três filhos — um dos quais anunciou a morte nas redes sociais. Não haverá cerimônia pública de despedida.
“Com profunda dor, tornamos público que nosso pai faleceu hoje em Lima, rodeado da família e em paz”, escreveu Álvaro Vargas Llosa no X (antigo Twitter). “A partida dele entristecerá parentes, amigos e leitores ao redor do mundo, mas esperamos que encontrem consolo, como nós, no fato de que ele desfrutou de uma vida longa, variada e frutífera, e deixa para trás uma obra que o sobreviverá.”
O filho informa, também, que a família procederá de acordo com instruções deixadas pelo escritor. Entre elas, está o desejo de não haver cerimônia pública. “Nossa mãe, nossos filhos e nós mesmos confiamos em ter espaço e privacidade para nos despedirmos dele em família e na companhia de amigos próximos”, finaliza. “Os restos mortais, como era da vontade dele, serão incinerados.”
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Nascido em 1936 em Arequipa, cidade no Sul do Peru, Vargas Llosa era formado em letras e se aventurou pelo jornalismo antes de publicar o primeiro livro, Os chefes, em 1959. Ao longo de extensa carreira como representante da literatura latino-americana, teve obras traduzidas em mais de 30 idiomas e, em 2010, recebeu o prêmio Nobel de Literatura.Con profundo dolor, hacemos público que nuestro padre, Mario Vargas Llosa, ha fallecido hoy en Lima, rodeado de su familia y en paz. @morganavll pic.twitter.com/mkFEanxEjA
— Álvaro Vargas Llosa (@AlvaroVargasLl) April 14, 2025
“Nós, latino-americanos, somos sonhadores por natureza e temos problemas para diferenciar o mundo real e a ficção”, disse Vargas Llosa antes de receber o Nobel, segundo a agência de notícias France-Presse — para a qual o escritor, também tradutor e professor de espanhol ao longo da vida, foi jornalista. “É por isso que temos ótimos músicos, poetas, pintores e escritores, e também governantes tão horríveis e medíocres.”
São dele, entre outros, os livros A cidade e os cachorros, A festa do bode e A casa verde, pelos quais recebeu diversos prêmios e condecorações. Em 2023, foi o primeiro escritor a entrar para a Academia Francesa sem nunca ter escrito nada em francês.
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