Bem diferente da vilã que vive na tevê atualmente ás 18h na TV Globo, há uma energia palpável de quietude e propósito ao redor de Flávia Alessandra, uma curadora de serenidade. Essa é a essência que a atriz decidiu compartilhar com o mundo por meio do Meu ritual, seu mais ambicioso e pessoal projeto. O lançamento, realizado nos Estúdios Family, foi uma imersão sensorial na filosofia de vida que uma família vêm construindo.
Idealizado por Flávia e desenvolvido pela Agência Family — que comanda em parceria com o marido, Otaviano Costa —, o portal nasce como um oásis digital e físico para quem anseia por conexões genuínas e informações que nutrem corpo, mente e alma. "Nosso objetivo é proporcionar uma verdadeira jornada de conhecimento. Queremos levar ao público conteúdos acessíveis e consistentes sobre saúde mental e física, longevidade e pequenas atitudes que transformam a rotina", explica, com a clareza de quem encontrou uma missão. "O 'Meu ritual' é sobre isso: equilíbrio com leveza, propósito e informação de qualidade".
Plataforma que é uma casa
Navegar pelo Meu ritual é como ser recebido em uma casa aconchegante em que cada cômodo oferece um tipo diferente de cuidado. Lá, encontra-se desde videocasts profundos com especialistas (os UTalks) e newsletters curadas até treinos completos (UTreino) e os tão amados episódios dos programas Pé no sofá pod — que apresenta ao lado da filha, Giulia Costa — e Só se fala em outra coisa.
O coração do projeto bate, no entanto, graças a uma curadoria afetiva de colunistas que Flávia selecionou pessoalmente. São vozes que ecoam seus valores: de Esther Bruno, com suas práticas de ioga que integram corpo e espírito; passando por Tui Lemes, que descomplica a ciência por trás do movimento e do sono; até Gabriel Ramos, que traduz a beleza em algo acessível e empoderador. Otaviano e Giulia completam o time com colunas sobre comunicação e o olhar singular da Geração Z, respectivamente.
"Tem sido uma delícia acompanhar a recepção ao Meu ritual, que se tornou um ecossistema de conteúdo e negócios", comemora Flávia, sobre o feedback do primeiro mês. "A troca com o público está sendo muito calorosa, cheia de carinho e identificação. A ideia sempre foi criar um espaço acolhedor, e fico feliz em ver que as pessoas têm se sentido parte disso. Muita gente comenta como os conteúdos têm ajudado a repensar hábitos."
Parceria familiar
Mas é no seio do lar, no podcast Pé no sofá Pod, ao lado de Giulia, que Flávia encontra uma de suas maiores alegrias. "A Giulia é muito espontânea. Várias vezes fugimos do script e nos perdemos no assunto. Quando isso acontece, é porque a conversa está com essa sensação de conversa na sala de casa", revela, entre risos. A mãe acrescenta que, nos bastidores, troca muito com a filha e relata uma curiosidade das gravações. "Nossos pontos de vista são muito condicionados à geração de cada uma, então, é muito enriquecedor essa troca. Nem sempre nós concordamos, e está tudo bem. Tiveram vários momentos em que eu, ela ou o convidado faz alguma bobeira e fica tão bom, mas tão bom, que a gente mantém na edição. É aquela espontaneidade que dá o toque especial", pontua a também mãe de Olívia.
Outra parceria de sucesso é com Otaviano Costa. Juntos, não só comandam a agência que estrutura suas carreiras, mas também apresentaram o ardente reality show Ilha da Tentação. "Foi uma experiência muito intensa e, ao mesmo tempo, muito divertida. Dividir a apresentação com o Otaviano foi um presente, porque temos uma química que se estende para o trabalho", conta, frisando a "delícia" que foi gravar no México. Mas nem tudo são flores em um reality show. "Às vezes, pode ser desafiador lidar com emoções tão à flor da pele. Os participantes estão em uma situação muito incomum e vamos assistindo aos desdobramentos disso nos relacionamentos deles em tempo real. A gente precisa ser profissional, acolhedor e manter o ritmo da narrativa", lembra.
A mocinha amadureceu
Enquanto edifica esse império de bem-estar e se lança na apresentação, Flávia não abandonou sua paixão por atuar. A atriz retorna em grande estilo à tevê aberta em Êta mundo melhor!, na pele da vilã Sandra, que ressurge no horário das 18h após nove anos trazendo um contraste deliberado com a serenidade do projeto pessoal de sua intérprete. Assim como a horrível Cristina — já consagrada como uma das maiores vilãs da teledramaturgia nacional —, que ela viveu em Alma gêmea, em 2005, e teve uma nova reprise reprise recente, repetindo o êxito da primeira exibição. "Cada personagem me ensinou algo. A Cristina foi marcante, com camadas complexas. É sempre uma emoção quando a novela é reprisada, e bonito ver como essa história ainda ressoa com o público, gera debates e novas leituras", reflete.
Sobre suas heroínas, como as doces Lívias de Porto dos milagres (2001) e O beijo do vampiro (2002) ou a explosiva Dafne de Caras & bocas (2009), ela guarda um carinho especial. "As Lívias tinham doçura e força, assim como a Dafne. Muitas fãs mais engajadas vieram através dessa personagem que conquistou muita gente", resume.
Talvez o tema mais poderoso que emana de Flávia hoje seja a sua relação com a maturidade. Questionada se o etarismo já a "atravessou", a mulher de 51 anos é direta: "Infelizmente, sim. O etarismo ainda é uma realidade, especialmente para mulheres". Mas sua resposta não é em tom de lamentação, e sim de poderosa ressignificação.
"No entanto, a maturidade é algo que celebro. Me trouxe liberdade, consciência e reverbera em novos negócios", declara Flávia, com a voz firme de quem está no comando de sua própria narrativa. "O Meu ritual, inclusive, nasce desse desejo de falar sobre longevidade, bem-estar e potência em todas as fases da vida. Acredito que quanto mais falarmos sobre isso, mais vamos ressignificar o envelhecer como algo bonito, natural e cheio de possibilidades".
Nessa frase, Flávia Alessandra sintetiza a essência de sua jornada atual: não é mais apenas sobre entreter, mas sobre inspirar. Não é sobre evitar a passagem do tempo, mas sobre abraçá-lo com graça, sabedoria e a leveza de quem descobriu que o verdadeiro sucesso é encontrar, e compartilhar, o seu próprio ritmo.
E sobre como faz para equilibrar tantas frentes, ela resume: "Organização e propósito, acho que essas são as chaves. Eu sou muito apaixonada por tudo o que faço, então cada função que desempenho tem uma razão de ser. Claro que tem dias mais desafiadores, mas tenho uma rede de apoio incrível (família, equipe, parceiros) e tento sempre manter o foco no que me nutre de verdade. E mais do que conciliar, aprendi a integrar esses papéis, entender que todos eles fazem parte de quem eu sou".
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