A atriz brasileira Fernanda Torres, de 60 anos, comentou sobre o sucesso mundial do longa ‘Ainda Estou Aqui’, que venceu o Oscar 2025 de Melhor Filme Internacional, em entrevista à revista holandesa Numéro Netherlands. A artista ainda revelou que aprendeu muito ao interpretar Eunice Paiva, mulher cuja história inspirou a trama.
A obra, dirigida por Walter Salles, retrata a luta real de uma mãe de cinco filhos após o sequestro, tortura e morte do marido, o ex-deputado Rubens Paiva, pela ditadura militar brasileira em 1971.
“Eunice me ensinou muito sobre contenção, sobre evitar o melodrama, sobre sentimentos internalizados. A parte em que ela passa duas semanas na prisão — lidando com o pânico e o medo — não foi fácil. Mas a sensação de ter superado isso é tão linda, tão profunda. No final, o que resta é a realização, a maravilha de ter sido outra pessoa. É uma profissão notável”, contou Fernanda.
“Passei mais de um ano na pele de Eunice Paiva, e ela se tornou algo natural. Você não precisa se proteger dos seus personagens. Você escolhe ser ator porque viver apenas uma vida é muito chato. A chance de ser outra pessoa — de existir fora de si mesmo — é tão prazerosa, mesmo quando você enfrenta um personagem trágico”, completou.
Como capa da edição número 13, o editorial, nomeado “Fantasy”, foi fotografado por Famke Van Hagen no Copacabana Palace, Rio de Janeiro. Nas redes sociais, a revista destaca a versatilidade da carreira de Fernanda: “A encantadora atriz e escritora revela sua carreira de décadas no cinema, na televisão e no teatro. Sua capacidade de ser duas pessoas ao mesmo tempo — ela mesma e seus personagens — é um tipo de magia à parte: tão cativante e dinâmica quanto estas imagens.”
Na entrevista, a brasileira também declarou a preferência por atuar em obras do gênero comédia na televisão: “Acho que seria mais difícil em um processo industrial, como a televisão. Prefiro fazer comédia na TV. O humor ajuda a lidar com as longas filmagens e temporadas de uma série. O cinema é um ofício; é suave, mesmo em um drama pesado como o de Eunice.”
*Estagiária sob supervisão de Ana Raquel Lelles
