Crítica // O castigo ★★★★
Uma intensa penalização estendida por uma vida: num ato, um castigo paterno decidido por Ana (a premiadíssima e impressionante Antonia Zeger) e Mateo (Néstor Cantillana) leva os personagens ao extremo, a partir do roteiro preciso de Coral Cruz (que explorou o tema da gravidez em Els dies que vindrán).
Vencedor do prêmio de melhor diretor no Festival de Málaga, o diretor chileno Matías Bize demarca a que veio na nova produção. Lucas, o filho do casal em questão, tem apenas sete anos e carrega o desnorteamento de uma criança com problemas mentais, quando é largado por dois minutos, à beira da estrada erma, encravada em meio a uma espessa floresta.
Não há como ficar impassível, em frente a este longa do mesmo diretor de Na cama e A vida dos peixes. Há suspeição envervante do tempo, distendido, na tela.
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Junto com a protagonista de A criada Catalina Saavedra (aqui no magnético papel de uma agente de polícia), Antonia Zeger (a mesma de O clube e No, que, com O castigo, disputou o mesmo prêmio Platino, vencido, em 2025, por Fernanda Torres) transborda as verdades encobertas de um casamento náufrago. Cabe ao público, estupefato, sofrer com a montagem quase em tempo real, no filme que ainda apresenta fotografia, em estilo documental de Gabriel Díaz.
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