Quando o assunto é gastronomia, a herança italiana se faz presente no dia a dia dos brasileiros. Os diferentes tipos de massa, ícone da culinária do país europeu, conquistaram um espaço especial à mesa do público brasiliense. Em comunhão com a criatividade nacional, chefs criam pratos saborosos e inventivos, ideais tanto para refeições do cotidiano quanto para ocasiões especiais.
“O público brasiliense tem um paladar sofisticado e curioso: gosta de pratos bem preparados, com ingredientes frescos e sabores equilibrados. Para muitos, comer massa é uma experiência — um ritual que envolve boa companhia e uma taça de vinho”, avalia Rosana Braga, chef e proprietária do Nonna Augusta.
Para o chef Bruno Domingos, proprietário do Piccolino Cucina, o segredo por trás do preparo ideal de qualquer tipo de massa é o uso de bons insumos. “A escolha de uma farinha de qualidade, por exemplo, é primordial. Entender como ela se comporta e explorar ao máximo sua capacidade faz toda a diferença no produto final. Acredito que, por ser simples e democrática a todos, a massa é um alimento fácil de combinar com qualquer outro produto e agrada a qualquer paladar”, opina o responsável pelo Piccolino Cucina.
Responsável pela cozinha do Cantucci, o chef Rodrigo Melo ainda destaca o “jeitinho brasileiro” de comer massa. “Todo mundo pede aquele parmesão ralado na hora de comer, mesmo com pratos de frutos do mar, o que seria proibido na Itália”, brinca.
Amor à culinária
O Piccolino Cucina, resultado do trabalho do chef Bruno Domingos, surgiu muito antes da inauguração do estabelecimento localizado na 314 Norte. Um pouco antes do início da pandemia, ele foi convidado por um ex-fotógrafo de guerra para cozinhar para moradores de rua — com a ajuda de demais cozinheiros, o projeto rendeu, no total, 7 mil pratos de comida em pouco mais de 80 dias.
Foi durante esse processo que surgiu a ideia de abrir uma marmitaria, esboço inicial do que hoje se tornaria o Piccolino. Com o passar dos anos, a casa conquistou o coração do público brasiliense e cresceu, mantendo, porém, a essência acolhedora. “Temos poucas mesas, assim conseguimos nos dedicar mais aos nossos clientes”, destaca o chef Bruno.
Segundo ele, os pratos que mais se destacam em meio ao menu é a lasanha dello Bruno (R$ 83) e o filé a parmegiana (R$ 79), acompanhado por massa fresca ao molho pomodoro ou alho e óleo. A harmonização, por sua vez, fica por conta do vinho da casa (R$ 35 — taça): “Um blend de garnacha, Syrah e tempranillo, que consegue equilibrar o peso do prato, o sabor da carne e a acidez do molho, tanto na lasanha, quanto na parmegiana”.
Dedicação em cada detalhe
Com a cozinha como coração da casa e receitas que carregam história, afeto e tempo, o Nonna Augusta foi inspirado nos verdadeiros restaurantes italianos. Unindo tradição e técnica, a proposta sempre foi servir massas artesanais e pratos que resgatam o sabor da Itália com um toque contemporâneo, em um ambiente que une rusticidade e elegância. Inspirado no bairro romano de Trastevere, conhecido pelas charmosas trattorias e atmosfera acolhedora, o espaço é um convite para vivenciar a essência da gastronomia ítaliana em cada detalhe.
No cardápio, o destaque vai para o ravioli de abóbora, gorgonzola e nozes (R$ 78), “uma receita leve, aromática e com personalidade — clássica e ao mesmo tempo surpreendente”, segundo Rosana Braga, chef e proprietária do restaurante. Para acompanhar, a sugestão é o vinho Voga Pinot Grigio (R$ 219). O menu ainda oferece opções de massas longas, como o tagliarini tinta de lula (R$ 92), salteado no azeite com ervas, tomate cereja e camarões, que harmoniza perfeitamente com o Alambrado Pinot noir (R$ 188).
“Na Nonna Augusta, o diferencial está no processo artesanal e na atenção a cada etapa do preparo”, explica Rosana. As massas da casa são produzidas diariamente na cozinha do restaurante, com farinhas italianas e tempo de descanso natural, enquanto os molhos são preparados com ingredientes frescos e sem conservantes. “Cada prato é finalizado na frigideira, garantindo textura, brilho e sabor inconfundíveis. Mais do que uma refeição, a Nonna Augusta oferece uma experiência de conforto e autenticidade — um encontro entre a tradição italiana e o estilo de vida brasiliense”, finaliza.
Com toque brasileiro
Com 11 anos de história em Brasília, o Vittoria D’Italia é um restaurante com receitas típicas da região italiana de Vêneto, onde o chef e proprietário da casa, Francesco Bravin, nasceu. “Os pratos sempre mantêm a tradição da Itália, com a massa e risoto al dente, e sigo fazendo meu estilo e minha cozinha afetiva”, descreve.
Francesco conta que as massas têm muita saída no restaurante e sugere o clássico carbonara (R$ 65,50), servido na versão original com bacon, ovo e parmesão ou com creme de leite. Os outros destaques do menu são a puttanesca (R$ 58,50), feita com molho de tomate, anchovas, azeitonas e alcaparras, frutti di mare (R$ 84,50), com molho de tomate, mexilhão, camarão e lula, e gamberi e carciofo (R$ 84,50), espaguete com camarões, tomates cereja e corações de alcachofra.
“Notei, ao longo dos anos, que os brasileiros são muito carnívoros, no sentido positivo da palavra, gostam muito de filé com massa ao lado”, aponta o chef. Outra sugestão do menu é o filetto al vino rosso (R$ 99,50), feito com redução de vinho italiano primitivo e acompanhado por nhoque com cogumelos orgânicos e finalizado com creme de trufa negra. “O diferencial da casa é a nossa massa al dente feita do mesmo jeito que fazemos na Itália, além da adição do filé como acompanhamento, que é uma coisa que não se faz por lá. Mas como esse é o costume aqui, a gente começou a fazer, e sendo sincero, são pratos que saem muito”, finaliza Francesco.
O melhor da culinária italiana
Primeiro café, depois bistrô, e por fim osteria, o Cantucci surgiu no mapa gastronômico do DF em 2011, com o objetivo de levar o melhor da cozinha italiana para os brasilienses. Com unidades na Asa Norte, Asa Sul e Águas Claras, a casa produz as próprias massas longas, enquanto as curtas servidas no restaurante são exclusivamente as de grano duro.
Para os que desejam desfrutar o melhor da culinária italiana, Rodrigo Melo, chef e proprietário da casa, sugere o rigatoni a matriciana (R$ 69), com pomodoro pelatti italiano, guanciale defumado, pimenta calabresa e parmesão, ou a clássica lasanha bolonhesa (R$ 69), feita com massa artesanal da casa, molho bolonhesa, fonduta de parmesão e toque de Demi glacê. Para harmonizar com ambos, ele recomenda o vinho tinto Sensi Chianti Risalto (R$ 159), com uva sangiovese, tradicional da Toscana.
Menu do chef
Comandado por Luiz Trigo, o Doc Cucina traz para a capital as principais receitas da culinária italiana, feitas com produtos brasileiros e toque contemporâneo, valorizando ingredientes frescos e apresentação elegante. Às sextas e sábados, durante o almoço, o brasiliense pode desfrutar o menu do chef (R$ 98), de três etapas.
Para abrir o apetite, as opções são a clássica salada caesar ou a tostada fresca, feita com torrada de focaccia, tartar de tomate e muçarela de búfala. Os pratos principais, por sua vez, oferecem uma grande variedade de combinações entre massas e proteínas. O rigatoni alla matriciana é uma massa seca artesanal com ragu de pancetta curada na casa, fonduta de grana padano e pecorino, enquanto o penne alla norma é preparado com creme de ricota, molho de tomate, berinjela empanada, aroma de limão siciliano e hortelã.
Aos que não abrem mão da carne vermelha, o escalope de filé mignon ao demi-glace com penne alla vodka é uma boa pedida. Os que preferem carne suína, podem optar pela bisteca di maiale, feita com prime rib suína ao ponto médio, acompanhada por tagliolini na manteiga e sálvia. Para os amantes de peixe, há opção de pescada amarela com gremolata e tagliolini nero na manteiga, alcaparras e rúcula fresca. Todas as massas são artesanais e produzidas na casa.
Onde comer?
Cantucci Osteria
CLN 403, bloco E, loja 3
Avenida das Araucárias, 635, loja 3
Todos os dias, das 12h às 23h
CLS 108, bloco C, loja 1
Segunda, das 18h às 23h
De terça a domingo, das 12h às 23h
Doc Cucina
CLS 406, bloco D, loja 35
De terça a quinta das 12h às 15h e das 19h às 23h
Sexta e sábado, das 12h às 15h e das 19h à 0h
Domingo, das 12h às 16h
Nonna Augusta
CLN 413, bloco E, loja 69
De segunda a sábado, das 11h às 23h
Domingo, das 11h às 16h
Piccolino Cucina
CLN 314, bloco B, loja 13
Terça e quarta, das 11h30 às 15h e das 18h30 às 22h
Quinta, das 12h10 às 15h e das 18h30 às 23h
Sexta, das 11h30 às 15h e das 18h30 às 23h
Sábado, das 12h às 16h e das 18h30 às 23h
Domingo, das 12h às 16h
Vittoria d’Italia
CLN 214, bloco D, loja 19
Quarta e quinta, das 12h às 14h30 e das 18h45 às 22h
Sexta, das 12h às 14h30 e das 18h30 às 23h
Sábado, das 12h às 15h30 e das 18h30 às 23h
Domingo, das 12h às 16h e das 18h30 às 22h
