O ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu que o governo federal não propôs um ganho real para o salário mínimo em 2021 para evitar mais uma onda de desemprego. Para ele, o reajuste causaria milhões de demissões por conta da crise econômica instalada pela pandemia de covid-19.
"Hoje, se você der um aumento no salário mínimo, no mínimo milhares e talvez milhões de pessoas vão ser demitidas. Você está no meio de uma crise de emprego terrível. Todo mundo desempregado. Se você dá um aumento de salário, vai condenar as pessoas ao desemprego", alegou Guedes, dizendo que a "a covid-19 causou um efeito devastador sobre o emprego", disse.
O ministro foi questionado sobre o valor do salário mínimo estipulado para o próximo ano nesta terça-feira (1º/9), em audiência pública do Congresso Nacional, que recebeu nessa segunda-feira (31/8) a proposta do Orçamento de 2021.
Segundo o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2021, o salário mínimo será de R$ 1.067 em 2021. O valor é apenas R$ 22 maior que os atuais $ 1.045 e está abaixo dos R$ 1.079 que o governo havia proposto inicialmente, pois considera apenas a variação da inflação da baixa de renda e o governo acredita que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) vai variar 2,09% neste ano, abaixo dos 3,19% projetados no início da pandemia.
Segundo ano sem aumento
Será o segundo ano em que o salário mínimo será corrigido apenas pela inflação e não terá ganho real. Segundo Guedes, foi preciso tomar essa decisão no ano passado, no início do governo Bolsonaro, porque o governo estava quebrado e os benefícios previdenciários estavam todos atrelados ao mínimo.
Agora, a medida é reflexo da crise da covid-19 e também dessa indexação dos benefícios previdenciários ao salário mínimo. "Quando mexe no salário mínimo, tem que empurrar toda a estrutura para cima", alegou Guedes.
O ministro também garantiu que o governo está atento à questão do reajuste do salário mínimo, mas "tem que ter cuidado na hora em que podemos fazer esse tipo de ajuste".
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