Pagamentos

Na estreia, Pix tem desempenho melhor do que o previsto

Segundo a Febraban, a maior parte dos pagamentos realizados no Pix nesta segunda-feira foi compensado em menos de cinco segundos, abaixo dos 10 segundos previstos inicialmente

Marina Barbosa
postado em 16/11/2020 19:10
 (crédito: : Wanderlei Pozzembom/CB/D.A Press)
(crédito: : Wanderlei Pozzembom/CB/D.A Press)

Na estreia, o Pix levou em média cinco segundos para ser compensado. O cálculo é da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que avalia como satisfatório o primeiro dia de operação do sistema de pagamentos instantâneos brasileiros nesta segunda-feira (16/11).

"A infraestrutura funcionou bem, conforme o programado. A maior parte das transações levou de quatro a cinco segundos, abaixo dos 10 segundos previstos inicialmente", contou o diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban, Leandro Vilain. Ele lembrou que a expectativa do Banco Central é de que a maior parte dos pagamentos e das transferências sejam compensadas entre 6 e 10 segundos no Pix.

Vilain admitiu, contudo, que "problemas pontuais" foram registrados em algumas instituições financeiras. Clientes da Caixa Econômica Federal, por exemplo, reclamaram que não conseguiram liquidar alguns Pix. A Caixa confirmou que "houve uma intermitência pontual no serviço do Pix" , mas garantiu que "o serviço foi normalizado ainda pela manhã" e que "as operações impactadas serão automaticamente estornadas, sem prejuízo aos clientes".

"Estamos monitorando junto com os bancos associados qualquer evento diferente do esperado, mas está indo conforme o previsto", afirmou Vilain. Assim como o Banco Central, o diretor da Febraban disse que também aconteceu de algumas transações não serem finalizadas por conta de erros de digitação dos clientes. "São pequenos problemas, são normais diante de uma funcionalidade nova. À medida que os clientes ganharem familiaridade, isso deve reduzir. A chave Pix também vai diminuir a necessidade de digitar os dados, reduzindo muito a chance de erro", acrescentou.

A chave Pix é o modo como cada conta é identificada no sistema de pagamentos instantâneos. Pode ser o CPF/CNPJ, o celular ou o e-mail do titular da conta e também uma chave aleatória. Segundo o BC, 71 milhões de chaves já foram cadastradas por 30 milhões de consumidores e 1,7 milhão de empresas. Mas a Febraban calcula que o número de usuários cadastrados no Pix ainda pode dobrar.

"Temos 30 milhões de clientes cadastrados, mas temos mais ou menos 100 milhões de pessoas que são economicamente ativas. Então, isso tem o potencial de dobrar, à medida que as pessoas vão utilizando e se familiarizando com o produto", calculou Vilain. Ele também acredita em uma maior adesão por parte das empresas à medida que o sistema se popularizar.

Segurança

A Febraban garante que o Pix se mostrou seguro neste primeiro dia de operação. O novo modelo já vinha sendo testado e engloba as melhores práticas de prevenção à fraude do sistema financeiro. Leandro Vilain lembrou, contudo, que é preciso ter os mesmos cuidados que se tem com outros meios de pagamento, como o cuidado de não passar os dados ou a senha para ninguém. 

Além disso, não se deve clicar em links estranhos que chegam por e-mail, SMS ou redes sociais, pois muitos fraudadores se aproveitaram da curiosidade em torno do Pix para criar sites falsos, que se parecem com os dos bancos, para roubar dados pessoas e financeiros dos internautas. Segundo a empresa de cibersegurança Kaspersky, mais de 200 domínios maliciosos relacionados ao Pix já foram identificados.

Esses links falsos começaram a aparecer assim que teve início o registro das chaves Pix e, segundo a Febraban, mantiveram-se sob controle nas últimas semanas. Porém, podem voltar a se espalhar agora que a procura pelo Pix voltou a aumentar, devido ao lançamento oficial do sistema. "Estamos vendo muitas informações sobre o Pix. Então, os fraudadores podem tentar mandar mensagens, e-mails, SMS com todo tipo de fraude", admitiu Vilain, pedindo que os usuários não cliquem nesses links.

Segundo os bancos, não é preciso baixar ou clicar em nenhum link novo para usar o Pix, porque a ferramenta foi embarcada nos aplicativo bancários. Para fazer um Pix, basta, então, acessar o aplicativo do banco em que já tem uma conta.

 

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