Presidência

Castello Branco: Petrobras ainda não tem informações sobre processo de transição

Presidente da estatal garantiu, contudo, estar disposto a passar comando da empresa ao general Silva e Luna de maneira suave e eficiente

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, ainda não recebeu nenhuma informação do governo federal sobre o processo de transição para o general Joaquim Silva e Luna. Porém, garantiu que está disposto a fazer uma troca "suave e eficiente" e ressaltou que "não há debandada" da diretoria da estatal.

"Quanto ao futuro, não devo, nem posso opinar. Em março, deixarei o cargo de presidente da Petrobras. Cabem aos que me sucederem definir e tomar ações quanto ao futuro. Prefiro não opinar em nada quais são os desafios e o que deve ser feito. Não é assunto meu", retrucou Castello Branco, ao ser questionado por investidores nesta quinta-feira (25/2), na apresentação de resultados da Petrobras, sobre o que se pode esperar da estatal daqui para a frente.

O executivo explicou que, "até agora, não tenho nenhuma informação sobre o processo de transição" para o general Joaquim Silva e Luna, indicado na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a presidência da Petrobras. Castello Branco garantiu, contudo, que ele e toda a diretoria estão dispostos a "fazer com que a transição se processe da maneira mais suave e eficiente possível, porque nosso compromisso não é com nosso emprego, mas com a Petrobras e o Brasil".

"A diretoria não sairá, cumprirá até o fim o mandato. Não há debandada. Os diretores são pessoas altamente responsáveis, profissionais reconhecidos pelo mercado, têm forte compromisso com a Petrobras. Não vai haver isso. Todos continuarão a trabalhar como sempre trabalharam, com o mesmo ânimo de sempre. Depois, aguardarão as decisões que forem tomadas", garantiu.

Diretor executivo de Comercialização e Logística da Petrobras, André Chiarini também frisou que a diretoria "vai zelar com grande vigor no cumprimento da política de preços da paridade internacional". Mudanças na política de preços são temidas pelo mercado, diante das críticas de Bolsonaro aos reajustes dos combustíveis, mas pode causar prejuízos para a empresa, segundo Castello Branco.

Alfinetada

O presidente da Petrobras, por sinal, não deixou de alfinetar o presidente Bolsonaro. Além de dizer que qualquer mudança na política de preços da empresa pode ser desastrosa, ele afirmou que a diretoria da Petrobras foi "acusada injustamente de falta de transparência", já que não divulgou todos os itens da sua política comercial, por entender que as informações poderiam ser usadas por concorrentes.

Também afirmou que "ninguém fica em casa sentado aumentando preços" e garantiu que o home office protegeu os trabalhadores da Petrobras pandemia de covid-19, mas também aumentou a produtividade e reduziu os custos da empresa.

Depois de mostrar insatisfação com o aumento dos combustíveis, Bolsonaro criticou o fato de Castello Branco ter adotado o home office nos últimos meses e também disse haver "muita coisa errada" na Petrobras. O Conselho de Administração da Petrobras chegou, inclusive, a pedir explicações ao governo sobre essa última declaração, mas ainda não recebeu resposta.

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