PIB

CNI revisa para baixo previsão do PIB industrial para 2021

Economia segue em recuperação, mas inflação em alta ameaça continuidade do movimento

Fernanda Strickland
postado em 07/10/2021 15:02 / atualizado em 07/10/2021 15:06

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para baixo a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria para 2021, corrigindo para 6,1%, ante 6,9% em julho, de acordo com o Informe Conjuntural do 3º trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve se expandir 4,9%. Nesse caso, não houve alteração devido às expectativas mais favoráveis do setor de serviços, com o bom desempenho de tecnologia da informação, logística e serviços técnico-profissionais e com a expectativa de recuperação dos serviços prestados às famílias.

Segundo o informe, a queda de 0,1% do PIB no segundo trimestre de 2021 reforça que os efeitos da segunda onda da covid-19 foram mais brandos do que o inicialmente esperado e que a recuperação nos meses subsequentes foi relativamente rápida. “Em março deste ano, com a segunda onda, houve reedição das restrições ao funcionamento de alguns setores, o que resultou em queda da atividade econômica no mês. A queda, embora tenha sido menor que a verificada em março de 2020, ainda foi significativa”, explica.

De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, conforme o dia a dia da economia se reaproxima da normalidade, com o avanço da vacinação, fica evidente que o Brasil terá que lidar com problemas que já atrapalhavam a economia antes da pandemia e, ao mesmo tempo, lidar com os novos desafios trazidos pela pandemia.

"O Brasil realmente precisa das reformas tributária e administrativa e da manutenção do compromisso fiscal para seguir o caminho do crescimento consistente, capaz de aumentar o emprego e a renda das famílias. Além disso, à incerteza fiscal se adiciona a política, acirrada com a proximidade do ano eleitoral, o que prejudica a confiança dos agentes econômicos, dado que a previsibilidade é essencial para o investimento”, explica Robson.

Na avaliação do gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, no segundo semestre de 2021 a indústria continuará a ser impactada pela falta e encarecimento dos insumos e pela elevação do custo da energia elétrica. Além disso, a elevação dos juros para conter a inflação vai afetar de forma negativa os custos financeiros e o financiamento das empresas industriais.

“O aumento acumulado de custos compromete a competitividade dos produtos brasileiros e prejudica, em especial, a indústria de transformação, que concorre com produtos importados no mercado doméstico e enfrenta concorrência de outros países em suas exportações”, explica.

Inflação

O informe mostra também que a inflação surpreende “negativamente mês após mês, provocando elevação da taxa de juros”. São vários os fatores afetando a inflação: a desorganização das cadeias de suprimentos gera pressão sobre os preços de bens industriais; a crise hídrica eleva os custos com energia; a alta nos preços das commodities e a desvalorização da taxa de câmbio elevam os preços de alimentos e combustíveis; e a progressiva normalização do consumo de serviços pelas famílias eleva, aos poucos, os preços de serviços. “Em suma, todos os componentes do IPCA estão contribuindo pela alta da inflação, que recentemente chegou a dois dígitos em 12 meses”, continua o relatório.

A revisão para baixo do PIB industrial, segundo a CNI, ocorreu pelo desempenho negativo da indústria de transformação no primeiro semestre. A previsão é de que esse segmento cresça 7,9%, um ponto percentual a menos que os 8,9% previstos na versão anterior do Informe Conjuntural. 

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