Conjuntura

Dívida pública federal recua 0,68% em setembro, e fica em R$ 5,444 tri

Queda de R$ 37,3 bilhões em relação a agosto foi resultado do resgate líquido de R$ 90,3 bilhões e da apropriação positiva de juros de R$ 52,9 bilhões

Vera Batista
postado em 27/10/2021 15:20
 (crédito: Kleber Salles)
(crédito: Kleber Salles)

O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) apresentou redução, em termos nominais, de 0,68%, ao passar de R$ 5.480,75 trilhões, em agosto, para R$ 5.443,40 trilhões, em setembro. A variação deveu-se ao resgate líquido, no valor de R$ 90,27 bilhões, neutralizado, em parte, pela apropriação positiva de juros, no valor de R$ 52,92 bilhões, divulgou o Tesouro Nacional.

A Dívida Pública Interna (DPMFi) caiu um pouco mais (0,98%), de R$ 5.237,24 trilhões para R$ 5.185,70 trilhões, devido ao seu resgate líquido, no valor de R$ 90,26 bilhões, “neutralizado, em parte, pela apropriação positiva de juros, no valor de R$ 38,72 bilhões”, aponta o Tesouro.

Por outro lado, a Dívida Pública Externa (DPFe) cresceu 5,83% no confronto com agosto, encerrando o mês de setembro em R$ 257,70 bilhões (US$ 47,38 bilhões), sendo R$ 221,70 bilhões (US$ 40,76 bilhões) referentes à dívida mobiliária e R$ 36,01 bilhões (US$ 6,62 bilhões) relativos à dívida contratual.

Segundo o relatório do Tesouro, a DPF apresentou redução de R$ 37,3 bilhões em relação ao mês anterior, porque houve aumento da participação dos títulos prefixados (de 31,9% para 32,6%) e dos títulos atrelados a índice de preços (27,4% para 8,5%), enquanto os títulos com taxa flutuante apresentaram redução (36,1% para 34,0%).

Setembro

O mês foi marcado pela maior aversão ao risco, ainda com preocupações quanto à persistência da variante Delta do coronavírus e à velocidade de recuperação global, destaca o Tesouro. Os mercados passaram por ajustes nos preços, em especial nos Estados Unidos. Também contribuiu para esse sentimento a crise de crédito envolvendo o grupo chinês Evergrande, com temores de risco sistêmico.

Com isso, no Brasil, a parte curta da curva de juros subiu entre 45 e 75 pontos e a parte longa subiu entre 60 e 75 pontos, refletindo a maior aversão ao risco no exterior e no cenário interno, “embora a discussão entre poderes para pagamento dos precatórios dentro do limite do teto de gastos tenha contribuído para estabilizar o mercado de juros”. Nesse cenário, o CDS Brasil 5 anos apresentou alta de 17%, alcançando o valor de 206 pontos no dia 30 de setembro.

Detentores

Com relação aos detentores, o grupo Instituições Financeiras aumentou o estoque e se mantém com a maior participação na DPMFi (31,3% em setembro). O segundo maior grupo são os Fundos de Investimento, com 23,2%. “A principal variação positiva de estoque foi no grupo Não-Residentes (R$ 10,5 bilhões), seguido pelo grupo Governo (R$ 9,3 bilhões). O principal aumento na carteira dos Não-Residentes foi nas NTN-Bs (R$ 7,2 bilhões)”, destaca o Tesouro.

O custo médio das emissões em oferta pública da DPMFi apresentou aumento (6,9% ao ano, ante 6,4%, nessa comparação, no mês de agosto), assim como o custo médio do estoque da DPF acumulado em 12 meses (7,8% ao ano ante 7,6% ao ano em agosto).

Reserva

A Reserva de Liquidez da dívida pública encerrou o mês de setembro com R$ 1.128,15 trilhão, com queda de 8,1%, em termos nominais, comparado a agosto. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve um aumento, em termos nominais, de 48,68%. “Destaca-se, ainda, que para os próximos 12 meses está previsto o vencimento de R$ 1.308 trilhão da DPMFi”, assinala o relatório.

Outubro

O Tesouro destaca que, no cenário global, a alta dos preços de energia persistiu juntamente com perspectivas de menor crescimento em todo o mundo. Nesse contexto, os bancos centrais se preparam para reduzir os estímulos monetários levados a cabo na pandemia do covid-19 e já sinalizam elevação de juros.

No Brasil, informa o Tesouro, a parte curta da curva subiu, em grande medida, devido à percepção de risco fiscal. As partes intermediárias e longas da curva também tiveram alta, reflexo das preocupações com questões fiscais e da pressão ocasionada pela alta das treasuries no mercado dos EUA. “Nesse cenário, o CDS Brasil 5 anos apresentou alta de 10,8%, alcançando o valor de 228 pontos no dia 26 de outubro. Ao longo do mês de outubro, o Tesouro Nacional voltou a ajustar as suas emissões em função das condições de mercado, optando por reduzir os lotes em momentos de maior volatilidade”, ressalta o relatório.

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