Setor Agropecuário

Incertezas no cenário econômico devem influenciar o agro, aponta CNA

As estimativas mostram que a expectativa para o próximo ano é de um crescimento em ritmo menor do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio, entre 3% e 5% em relação a este ano. Em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (8/11), a entidade divulgou o balanço do setor de 2021 e as perspectivas para o ano que vem

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) disse nesta quarta-feira (8/11) que um dos fatores que merecem atenção em 2022 é o desempenho da economia brasileira. Segundo a entidade, algumas incertezas no cenário econômico devem influenciar o agro. A entidade apresentou hoje o balanço de 2021 e as perspectivas para 2022 do setor agropecuário.

As estimativas mostram que a expectativa para o próximo ano é de um crescimento em ritmo menor do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio, entre 3% e 5% em relação a este ano, segundo a CNA e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A confederação prevê ainda que, em 2021, o PIB do agronegócio deva fechar o ano com expansão de 9,37% em relação a 2020.

De acordo com a entidade, para o Valor Bruto da Produção (VBP), que mede o faturamento da atividade “da porteira para dentro” na agricultura e na pecuária, a expectativa da CNA é de que a elevação de receita ocorra em menor ritmo frente a anos anteriores. O VBP deve ser de R$ 1,25 trilhão em 2022, crescimento de 4,2% em relação a 2021. Culturas como café, milho e trigo devem ter produções maiores e cana-de-açúcar, café e algodão devem ter elevação nos preços. Por outro lado, soja, carne bovina e arroz devem sofrer quedas no VBP no próximo ano.

Estagnação

O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, explica que os números não refletem um crescimento significativo, porque o país ainda está recuperando parte do que perdeu durante a pandemia. “No Brasil, essa previsão, inclusive, era ser até maior que 5,5%, mas a gente não conseguiu. Para 2022, no mundo, como um todo, nós vemos o crescimento robusto, de 4,3%, já no Brasil é algo mais próximo à estagnação”.

“Vale salientar que, no mundo inteiro, os governos colocaram recursos nas suas economias. Injetou-se recurso para que a população pudesse segmentar, pudesse passar por aquele momento em que muitos tiveram que trabalhar para, enfim, conseguir sobreviver. Então esse aporte de recurso teve um resultado significativo”, explica Lucchi.

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