SETOR AUTOMOTIVO

Produção de veículos cai 27,4% em janeiro deste ano, aponta Anfavea

Queda foi motivada pela alta dos casos da covid-19 e pelo aumento das chuvas no período

João Vitor Tavarez*
postado em 07/02/2022 16:27 / atualizado em 07/02/2022 16:27
 (crédito: Werther Santana/Estadão Conteúdo - 9/1/18)
(crédito: Werther Santana/Estadão Conteúdo - 9/1/18)

Janeiro foi um mês complicado para o setor automotivo. É o que mostra o balanço divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta segunda-feira (7/2). O recuo foi puxado pela alta dos casos da covid-19 no começo deste ano e pelo aumento das chuvas no período. Isso afetou a produção dos fornecedores e dos fabricantes de veículos, e afastou clientes das concessionárias.

De acordo com a associação que representa as montadoras, a produção de 145,4 mil veículos — carros, caminhões, utilitários leves e ônibus — foi 27,4% inferior ao número registrado em janeiro de 2021.

“No ano passado, o mês foi mais curto na prática, com média de 17 dias úteis, se levadas em conta as férias coletivas prolongadas em boa parte das fábricas. A diferença neste ano foi uma mistura da já conhecida escassez de componentes eletrônicos com os impactos da variante ômicron sobre a força de trabalho”, explicou a Anfavea.

Segundo o relatório, 126,5 mil veículos foram vendidos em janeiro deste ano, desempenho 26,1% menor do que o de janeiro de 2021. Para comparar, é como se duas em cada 10 vendas no setor fossem perdidas. Vale destacar que outros países afetados pela cepa ômicron tiveram quedas semelhantes a do Brasil: na faixa de 20%.

“Foi um mês de recorde nas infecções por covid-19 no país e de chuvas acima da média para o período, o que afetou a produção dos fornecedores e dos fabricantes de veículos, e ainda afastou clientes das concessionárias”, disse Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.

Exportações

Foram 27,6 mil unidades vendidas, o que representa crescimento de 6,6% ante janeiro de 2021.

“Os problemas causados pela ômicron deverão ser amenizados nos próximos dois meses, permitindo um quadro mais próximo da normalidade em todas as atividades”, destacou Luiz Carlos Moraes. O dirigente acrescentou que a alta dos juros no país é o único sinal de alerta para o segmento.

“Isso pode desaquecer o mercado, caso não haja contrapartidas que tragam algum alívio para o orçamento dos consumidores”, concluiu Moraes.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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