Funcionalismo

Sem reunião com Campos Neto, servidores do BC decidem continuar em greve

Funcionários do órgão responsável por gerir a política econômica nacional pedem recomposição salarial de 26,3% e reestruturação de carreira

Michelle Portela
postado em 13/04/2022 12:11 / atualizado em 13/04/2022 17:24
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Servidores do Banco Central continuarão em greve, iniciada no último 1º de abril, por tempo indeterminado. Foi o que a categoria decidiu em assembleia, na terça-feira (12/4), após fracasso de nova rodada de negociações com a diretoria da autarquia. Os funcionários do órgão responsável por gerir a política econômica nacional pedem recomposição salarial de 26,3% e reestruturação de carreira.

Pelo menos 80% dos 1,3 mil servidores do Banco Central presentes na assembleia votaram pela continuidade da greve, de um total de 3,5 mil membros da categoria na ativa. Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad, isso pode prejudicar ainda mais a divulgação de indicadores nacionais medidos pelo BC, como taxas financeiras e o Boletim Focus, de estatísticas de mercado.

“A greve do BC vai continuar por tempo indeterminado, contando com a adesão de mais de 60% dos servidores, pois não houve reunião com Roberto Campos Neto [presidente do BC], conforme anunciado pela Diretoria de Administração na semana passada”, disse Faiad.

A reunião entre os servidores e o presidente da autarquia deveria ter ocorrido ainda na terça-feira, mas foi desmarcada. A justificativa dada pela diretora de Administração do BC, Carolina de Assis Barros, é que Campos Neto se reunirá com o movimento grevista apenas quando tiver uma sinalização concreta de proposta para a categoria.

Adesão

A Associação Nacional de Analistas do BC (ANBCB) começou a divulgar um relatório diário com os impactos da greve sobre os setores do órgão. O primeiro boletim trata do Departamento de Operações Bancárias e de Sistemas de Pagamento (Deban), ligado à diretoria de Política Monetária, onde 78% dos servidores do departamento estão em greve e 61% dos titulares de função comissionada dispensaram o cargo.

Outros 24 servidores da divisão de monitoramento e gestão dos sistemas de transferência de fundos do BC (Gemon) estão parados.

Impactos

Além de atrasar a divulgação dos indicadores, de acordo com o boletim dos servidores, a greve paralisou a homologação de 14 instituições para participação no Sistema de Liquidação de Pix interbancário (SPI) no BC. Além disso, o monitoramento do Sistema de Transferência de Reservas (STR) e o SPI estão ocorrendo apenas entre 6h e 19h.

 

 

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