CRISE DOS COMBUSTÍVEIS

Governo cogita nova troca de comando na Petrobras

Há praticamente um mês na presidência da estatal, José Mauro Ferreira Coelho sofre pressões e fritura e pode deixar o cargo após troca de comando no Ministério de Minas e Energia

Correio Braziliense
postado em 14/05/2022 01:14
 (crédito: Bruno Spada/MME)
(crédito: Bruno Spada/MME)

Há praticamente um mês no cargo, o novo presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, pode estar com os dias contados no comando da estatal após a troca de comando do Ministério de Minas e Energia (MME).

Na quarta-feira (11/5), o presidente Jair Bolsonaro nomeou o assessor especial de assuntos estratégicos do Ministério da Economia Adolfo Sachsida para o no lugar do almirante Bento Albuquerque como ministro do MME. E agora, essa dança das cadeiras pode se estender à Petrobras, porque Coelho, homem de confiança de Bento, está sob pressão e passa por um processo de fritura, de acordo com o jornal O Estado de São Paulo, que ouviu duas fontes do alto escalão da equipe do presidente Jair Bolsonaro (PL) sob a condição de anonimato. 

A demissão de Bento ocorreu um dia após entrar em vigor o novo reajuste no diesel, de 8,87%. Antes, o presidente pediu ao ex-ministro e a Coelho para não aumentarem o preço durante uma transmissão nas redes sociais.

Em evento em São Paulo, na noite desta sexta-feira (13/5), o presidente citou os apelos e disse que falou até palavrão para não aumentarem o diesel, mas não foi atendido. Ele, inclusive, sinalizou que, com as mudanças no MME pretende interferir na Petrobras para que a estatal "cumpra o  dispositivo social" e abra mão de parte dos lucros, como tem feito outras empresas do setor em outros países. 

"Não podemos ter uma empresa que tem lucro acima de 30% enquanto a maioria (de companhias de outros países) lucram 15%, no máximo. As outras abriram mão para ajudar seus países. A Petrobras não pode ser indiferente a tudo isso", disse Bolsonaro. 

Ao escolher Sachsida — que era ex-secretário assessor especial de assuntos estratégicos do ministro da Economia, Paulo Guedes —, Bolsonaro quer que os reajustes de preço da estatal sejam feitos em espaço de tempo maior, e o novo ministro já está estudando alternativas.

Coelho sucedeu o general Joaquim Luna e Silva, em 14 de abril, e é o terceiro presidente da Petrobras no atual governo. Ex-presidente da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA), foi escolhido por Bento Albuquerque depois da confusão das indicações de Adriano Pires e Rodolfo Landim, que desistiram do comando da estatal e do Conselho, respectivamente, devido a conflito de interesses de ambos.

Sachsida também deve promover mudanças mais profundas em áreas-chave do Ministério de Minas e Energia. Com isso, Caio Paes de Andrade, secretário especial de desburocratização do Ministério da Economia, voltou a ser cotado para a presidência da Petrobras, mesmo depois de ele ter sido preterido por Bolsonaro no mês passado.


 

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