A necessidade de transformar as políticas de promoção e apoio para as atividades turísticas no país em políticas de Estado e não de governo, foi uma das conclusões do seminário Correio Talks, que ocorreu ontem, com o tema "A nova fase do comércio e do turismo: mais empregos e mais renda".
O evento contou com a participação do ex-presidente Michel Temer; do presidente em exercício do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas; do presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros; do Presidente da Embratur, Sílvio Nascimento; e de diversos especialistas do setor. O seminário apresentou alguns dos grandes debates enfrentados pelo setor do comércio e do turismo nos dias de hoje.
O ministro Bruno Dantas (TCU) ponderou, na abertura, quanto ao profundo impacto da pandemia, que atingiu de forma ainda mais intensa o turismo. Também ressaltou a importância da transformação digital, tanto para o setor, como para a cidadania, com a ressalva dos avanços obtidos na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Dantas lembrou da importância fundamental de expandir o potencial turístico do Brasil, ainda profundamente inexplorado. Lembrou, por exemplo, que o Museu do Louvre, em Paris, recebe mais visitantes por ano do que o Brasil inteiro.
Ao comentar sobre o papel da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) ao longo dos últimos 55 anos, o presidente da agência, Sílvio Nascimento, apontou a importância de o Brasil constituir uma política de Estado para o turismo, ao invés de ações de curto prazo de governos específicos. Ele reforçou a observação de Bruno Dantas de que o país recebe menos turistas estrangeiros que o Museu do Louvre. E afirmou. "Isso precisa mudar, mas só se conseguirá isso com políticas de longo prazo, políticas de Estado, não de governos específicos."
O ex-presidente Michel Temer, convidado para encerrar o encontro, se disse entusiasta da necessidade de se constituir uma política de Estado para o turismo. E exemplificou as enormes potencialidades do Brasil para desenvolver o ecoturismo, aliando essa atividade a um modelo sustentável.
Temer frisou que falar de turismo é "uma coisa importante" para o Brasil. "É um vetor extraordinário de desenvolvimento econômico para o nosso país", observou.
O presidente da CNC, José Tadros, ressaltou a importância de se avançar com as reformas administrativas e fiscais a fim de simplificar a melhorar o ambiente de negócios no país. E ressaltou que a CNC já entregou um documento com as sugestões do setor para os presidenciáveis Lula (PT), Bolsonaro (PL) e Simone Tebet (MDB), e que espera poder fazer o mesmo com todos os outros candidatos ao Planalto.
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Tecnologia e inovação
O evento apresentou dois painéis de debate, o primeiro com o tema "A tecnologia em benefício dos consumidores: a nova relação entre lojistas e clientes". Contou com a presença dos especialistas William Guimarães Lima, analista de inovação da CNC; Cristiano Santos, gerente do IBGE; Sílvio Laban, professor do Insper; e Kerlei Eniele Sonaglio, professora da UnB da UFRN e vice-presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Pós- Graduação em Turismo (ANPTUR).
O segundo painel teve o tema: "O turismo como fonte de riqueza: emprego e renda". Contou com a participação de Sílvio Nascimento, presidente Embratur; Guilherme Mercês, diretor de economia e inovação da CNC; Julio Hegedus, economista chefe da Mirae Asset; e Rafaela Vitória, economista chefe do Banco Inter.
O Correio Talks teve a mediação da colunista Denise Rothenburg e do editor de Política, Brasil e Economia do Correio Braziliense, Carlos Alexandre de Souza.
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