Correio Talks

Uso de tecnologia será cada vez mais intenso no comércio e no turismo

Comércio e turismo tendem para o uso intenso da tecnologia, a fim de ampliar vendas e serviços no mercado consumidor

Fernanda Strickland
Rafaela Gonçalves
João Gabriel Freitas
*Mariana Albuquerque*
postado em 05/08/2022 06:00
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

No contexto de retomada nas atividades de comércio e turismo no Brasil, um fator ganhou enorme importância: a tecnologia. Esse aspecto estratégico foi tema de um dos painéis do Correio Talks, evento realizado pelo Correio com patrocínio da CNC.

Participaram dessa sessão específica o gerente da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cristiano Santos; a vice-presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo (ANPTUR), Kerlei Sonaglio; o professor e especialista em varejo do Insper, Silvio Laban; e o analista de inovação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), William Guimarães Lima.

Na opinião dos especialistas reunidos, o futuro do comércio e do turismo sofrerá forte impacto da digitalização dos meios. Cristiano Santos, do IBGE, tachou a virtualização como uma forte tendência para o segmento. Segundo ele, muitos negócios precisaram se reinventar com a pandemia, e a digitalização foi o caminho encontrado. "A relação certamente mudou, se acelerou na virtualização da compra. Não só como uma questão de meio de pagamento, mas da própria experimentação", afirmou.

A necessidade do consumidor ter uma experiência com o produto, observou Santos, deve continuar existindo em determinados segmentos. "Os segmentos de vestuário, calçados e tecidos, por exemplo, eu imagino que você não vai querer comprar sem experimentar. Mas há outros setores econômicos, sobretudo do varejo, que já tinham essa trajetória bem consistente de ir para a virtualização." Segundo o pesquisador do IBGE, a abertura de lojas físicas está em queda.

Professor e especialista em varejo do Insper, Silvio Laban, prevê mudanças ainda mais profundas. "Quando a gente pensa na ótica do comércio propriamente dito, há um processo de transformação que não se restringe exclusivamente à questão da inclusão das funções digitais que foram aceleradas por meio da pandemia", comentou. "Há de se compreender que, os impactos deste momento, em que o consumidor se afastou do mundo físico e começou a usar canais digitais, trouxeram impactos no comportamento do próprio consumidor", completou.

Cidades inteligentes

A vice-presidente da ANPTUR, Kerlei Sonaglio, destacou a migração da dinâmica comercial para plataformas digitais a partir de fevereiro de 2020, em razão da crise sanitária causada pela pandemia. Segundo ela, a comercialização on-line também tem "revolucionado a dinâmica dos consumidores no turismo". "Teve um impacto muito grande, especialmente em agências de turismo que tiveram que se adaptar. Porém, com o advento das cidades turísticas inteligentes que vêm sendo amplamente debatidas no ambiente acadêmico, entendemos que é uma novidade para o turismo que já influenciou bastante e ainda vai influenciar muito no período pós pandêmico", afirmou.

Na avaliação da vice-presidente da ANPTUR, o processo de modernização do turismo tende a acelerar. "Considerando um turismo cumpridor da agenda 2030, relacionada à sustentabilidade e à responsabilidade social do turismo, no estímulo às pequenas empresas, ao campo das artes e da cultura, muitas vezes a hotelaria tradicional acaba se opondo a uma experiência mais genuína", completou. Sonaglio considera fundamental o esforço de tornar o turismo nacional mais seguro, eficiente e estruturado, a fim de atrair cada vez mais visitantes.

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