Saindo do vermelho

Descubra se vale a pena contratar crédito para quitar as dívidas

Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, quase 80% dos consumidores estão endividados e 29% deles têm contas atrasadas. Confira o que dizem os especialistas

Fernanda Strickland
postado em 30/08/2022 12:18 / atualizado em 30/08/2022 16:07
 (crédito: iStock | Rafael Henrique)
(crédito: iStock | Rafael Henrique)

O nível de endividamento das famílias ganhou força com a crise econômica atual, que provocou uma alta generalizada dos preços e tem dificultado a organização das finanças. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, quase 80% dos consumidores estão endividados e 29% deles têm contas atrasadas.

Para evitar que a situação vire uma “bola de neve”, uma boa alternativa é buscar empréstimos com taxas menores para liquidar as dívidas mais caras. Mas será que contratar um novo crédito é o caminho para se livrar das dívidas? Para o educador financeiro da Creditas, Guilherme Casagrande, a resposta é bem objetiva: 'sim'.

O medo e a desinformação sobre as diferentes modalidades de empréstimo disponíveis podem levar a pessoa endividada a fazer escolhas equivocadas quando as contas não fecham. Em boa parte dos casos, o primeiro pensamento é se desfazer de bens, como automóveis e imóveis, mas estes podem ser a chave para se livrar das altas taxas.

Segundo o especialista, é positivo trocar dívidas caras, como as do cheque especial ou do cartão de crédito, que possuem as mais altas taxas de juros do mercado, por uma única dívida adquirida por meio de um empréstimo com taxas menores. Portanto, o crédito com garantia, seja de imóvel ou de veículo, pode ser um ótimo negócio para quem precisa regularizar pendências.

“Por ter um bem como garantia de pagamento, as empresas conseguem oferecer um crédito com os juros mais baixos, acessível e ainda ajudar as pessoas a entenderem qual é a melhor opção para elas. Dessa forma, os bens podem servir como um alavancador de finanças e conquistas”, diz o educador financeiro.

No Brasil, o índice de endividamento é muito alto. Quatro em cada 10 brasileiros adultos (39,17%) estavam negativados em julho de 2022, o que equivale a 63,27 milhões de pessoas, segundo o levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

“A dica é juntar todas as dívidas, negociar com as instituições em que foram feitas e fazer um pagamento à vista do valor total do débito. Se este for o caso, é possível conseguir descontos de até 80% da dívida com um acordo. Assim, pegar um empréstimo a taxas de juros menores para quitar todas essas contas é uma excelente oportunidade”, observa Casagrande.

Mas atenção: uma vez que seu nome esteja limpo, não use seu crédito disponível para fazer outras compras e correr o risco de se endividar novamente. “Sair da bola de neve de endividamento é o sonho de todo brasileiro inadimplente, mas é preciso organização financeira para não retomar o ciclo novamente”, finaliza.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação