Mercado financeiro

Negócios na Bolsa caem cerca de 20% com Seleção Brasileira em campo

Volume médio diário de negócios na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) caiu cerca de 20% nos dias de jogos do Brasil. É o que aponta estudo inédito divulgado pelo TradeMap nesta quinta-feira (1º/11)

Rafaela Gonçalves
postado em 01/12/2022 18:42 / atualizado em 01/12/2022 18:45
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

Não é novidade que o país para quando a Seleção Brasileira entra em campo em uma Copa do Mundo. O volume médio diário de negócios na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) caiu cerca de 20% nos dias de jogos do Brasil. É o que aponta um estudo inédito divulgado nesta quinta-feira (1º/11) pelo TradeMap, maior hub de investimentos do país. Para a pesquisa, foi considerado o volume negociado do Ibovespa em dias de partidas do Brasil em comparação aos demais dias da competição, tanto em 2018 quanto neste ano, no Catar, com o que já rolou até o momento.

Em 2018, o volume médio negociado no período da Copa da Rússia foi de R$ 8,7 bilhões, enquanto nos quatro dias que o Brasil entrou em campo, a média caiu 20,7%, para R$ 6,9 bilhões. Em 2022, do primeiro dia de mundial em dia de pregão (21 de novembro) até o dia 28, o Ibovespa negociou uma média de R$ 18,7 bilhões por dia, tendo uma queda média de 21,5% nos dois dias que a seleção brasileira entrou em campo, com R$ 14,1 bilhões negociados no dia do jogo contra a Sérvia (24) e R$ 15,3 bilhões no dia da partida contra a Suíça (28).

O levantamento mostra também que o interesse não cai só em dia de jogo do Brasil. Tanto em 2018 quanto em 2022, a média diária de volume negociado durante a Copa é menor do que a média do ano todo. Na edição passada, o recuo foi da ordem de 20%, e, neste ano, tem sido de 26,4% até agora.

Horário do jogo influencia

Outra variável que interfere no volume negociado no Ibovespa diz respeito ao horário em que a seleção entra em campo: quanto mais tarde, pior, isto é, menor o volume negociado. "Neste ano, por exemplo, o Brasil jogou às 16h contra a Sérvia, ou seja, com o final do jogo coincidindo com o final do pregão, e às 13h contra a Suíça, com a partida terminando três horas antes do fim das negociações às 18h. O primeiro jogo teve uma liquidez 7,5% menor que o segundo, sendo a menor desde que a Copa do Catar começou", afirma Jader Lazarini, analista do TradeMap.

Em 2018, uma situação semelhante foi registrada. O único jogo que o Brasil fez pela manhã, às 9h, contra a Sérvia, teve uma liquidez 21% maior que a média dos outros três jogos que aconteceram às 15h, todos em dias úteis. Na ocasião, o Brasil entrou em campo em quatro dias de pregão: 22 e 27 de junho, além de 2 e 6 de julho. O primeiro confronto, contra a Suíça, ocorreu num domingo, dia 17 de junho, dia sem negociações na Bolsa.

Em 2018, a partida contra a Sérvia começou antes do pregão ter início, o que rendeu um volume negociado de R$ 8,25 bilhões — montante similar ao da média da Copa como um todo, de R$ 8,74 bilhões.

Boom de investidores pessoa física

Outro aspecto interessante a se notar é o aumento do volume médio negociado em 2018 e em 2022. "Vale lembrar que a Bolsa passou por um boom de investidores pessoa física ao longo dos últimos quatro anos, o que ajuda na medida", reforça Lazarini.

Segundo a B3, em 2018, o número de contas de investidores pessoa física na B3 era de 814 mil. Em dezembro de 2020, foi atingida a marca de 3,2 milhões, o que representa um aumento de quase 300%. Atualmente a B3 contabiliza 4,6 milhões de investidores pessoa física.

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