Folia

Carnaval brasileiro vai movimentar R$ 8,2 bilhões com turismo

O levantamento da CNC mostra que a maior parte da receita deve ser gerada por bares e restaurantes; transporte de passageiros; e serviços de hotelaria e hospedagem, entre outras atividades

Ândrea Malcher
postado em 18/02/2023 03:30
 (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
(crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

O primeiro carnaval desde o começo da pandemia de covid-19, em 2020, será de recuperação para o turismo do país, principalmente para o setor de bares e restaurantes. As projeções são otimistas. O Ministério do Turismo espera que a festa leve 46 milhões de pessoas às ruas neste ano, com o setor do turismo faturando mais de R$ 8,2 bilhões, de acordo com estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A cifra representa um aumento de 26,9% em relação ao contabilizado em 2022.

O levantamento da CNC mostra que a maior parte da receita deve ser gerada por bares e restaurantes, com movimentação de R$ 3,63 bilhões; transporte de passageiros, com R$ 2,35 bilhões; e serviços de hotelaria e hospedagem, com R$ 890 milhões, entre outras atividades.

O setor de bares e restaurantes espera faturar 30% a mais que no mesmo período do ano passado, como informa a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). O movimento deverá crescer por todo Brasil, com destaque para Recife (PE), Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ), tradicionais destinos turísticos durante a festa.

"O início de 2022 foi marcado pela onda da variante ômicron, o que afetou a realização de diversos eventos, incluindo as festas de carnaval. Algumas cidades só conseguiram realizar suas festividades fora de época, como o Rio de Janeiro, que realizou o desfile das escolas de samba no fim de abril. Este ano, sem restrições, esperamos aumento tanto no movimento quanto no faturamento", afirmou Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.

Para Beto Pinheiro, presidente da Abrasel DF, existe uma demanda reprimida devido aos dois últimos anos de pandemia. "Já notamos um maior movimento de público, que quer aproveitar os dias de feriado para se divertir ou simplesmente encontrar amigos, e os bares e restaurantes são escolhas naturais."

DNA

Na capital carioca, é esperada uma movimentação econômica de R$ 4,5 bilhões, segundo o levantamento Carnaval de Dados, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação (SMDEIS) em parceria com o Instituto Fundação João Goulart e com a Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur). A marca representa uma elevação de 12,5% em relação a 2020, último carnaval aos moldes tradicionais, antes da pandemia. Só os blocos de rua deverão ser responsáveis por R$ 1,2 bilhão deste montante, 20% a mais que em 2020.

"O carnaval é fundamental para a cidade, pois está no DNA do carioca e é um evento que atrai muitos turistas para o Rio. Por isso, além de ser importante para a cultura do Rio, é também motor para o desenvolvimento econômico, por ser fonte de renda para milhares de famílias cariocas e gerar emprego não só durante os dias de folia, mas também durante todo o ano", comentou Chicão Bulhões, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação do Rio. "Os números mostram o volume que o carnaval movimenta e a quantidade de trabalhadores envolvidos no processo. Então olhamos com carinho para o carnaval."

Aeroportos

A expectativa pelo retorno do carnaval às ruas também é refletida pela movimentação esperada nos aeroportos brasileiros. A Inframerica, responsável pelo Aeroporto de Brasília, divulgou a estimativa de um fluxo de aproximadamente 250 mil pessoas e 1.750 pousos e decolagens até a quinta-feira (23). Os principais destinos procurados por quem embarca em Brasília são São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Já na rede de aeroportos Infraero serão 838 mil passageiros, 70% a mais que em 2022. O volume de operações também aumentará, com mais de 6 mil pousos e decolagens esperados, representando 61% a mais que o fluxo do período no último ano.

O levantamento da CNC aponta que, apesar de a movimentação econômica esperada ser 26,9% maior do que no ano passado, ficará 3,3% abaixo do registrado em 2020. Para o economista Newton Marques, a razão para a projeção inferior é a própria pandemia da covid-19.

"Em 2023, há quem seja mais otimista e avalie que ultrapasse esses R$ 8,1 bilhões, porque houve um aumento da inflação, e esse valor é nominal e não considera a inflação", disse Marques. "Então, se considerarmos que a inflação nestes últimos dois anos foi superior a 20%, poderemos acrescentar até outros 20% em cima desse faturamento. Por isso, o giro da economia do Brasil, com o Carnaval, poderia chegar a quase R$ 10 bilhões", opinou o economista.

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