Jornal Correio Braziliense

Mercado financeiro

Disparada de preços do petróleo atinge mercado brasileiro nesta segunda

Ações da Petrobras sobem acima dos 3% e Ibovespa opera em queda na manhã desta segunda-feira (3/4), após Opep anunciar corte de 500 mil barris na produção diária de petróleo, de maio até o fim deste ano

O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B³) amanheceu em queda nesta segunda-feira (3/4). A reação decorre do corte na produção de petróleo anunciada pela Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) no domingo, que será reduzida em 500 mil barris a partir de maio, até o fim de 2023. Por conta disso, a Bolsa operava em queda de 0,88% às 12h, abaixo dos 101 mil pontos.

Entre as poucas ações que sobem no primeiro dia desta semana estão as da Petrobras. A principal produtora de petróleo do país vê PETR3 e PETR4 operarem em alta de 3,93% e 3,5% no começo do dia, devido à valorização da commodity, após o corte na produção diária. O preço do barril Brent, que é a referência internacional para a companhia brasileira, sobe acima dos 6%, aos US$ 84.

A redução da produção de petróleo fez com que o grupo financeiro multinacional Goldman Sachs elevasse, hoje de manhã, a expectativa de preço do Brent no final de 2023, de US$ 90 para US$ 95. Para o economista do grupo, Daan Struyven, o impacto da medida da Opep deve ser mais significativo, em relação ao que já foi observado em outros anos.

“A Opep+ tem um poder de precificação muito significativo em relação ao passado, e o surpreendente corte é consistente com sua nova doutrina de agir preventivamente porque ela não acarreta perdas significativas de participação de mercado.”

Enquanto isso, o câmbio do dólar norte-americano se mantém estável, no zero a zero, em R$ 5,06. Ações de companhias aéreas operam em queda forte, também levando em conta o corte da Opep. Os papéis da Gol e da Azul recuavam 4,19% e 2,9%, respectivamente, ao meio-dia desta segunda.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro