O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira (27/7) um novo aumento de 0,25 ponto percentual em suas taxas de juros. Esta foi a nona alta consecutiva, levando a taxa de refinanciamento a 4,25%, enquanto a taxa sobre depósitos avançou de 3,50% para 3,75%, o nível mais alto desde 2000, e a taxa sobre empréstimos marginais passou de 4,25% para 4,50%.
Em comunicado, a autoridade monetária europeia atribuiu a decisão às perspectivas de inflação. “Os desenvolvimentos desde a última reunião sustentam a expectativa de que a inflação cairá ainda mais no restante do ano, mas permanecerá acima da meta por um período prolongado.”
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O BCE destacou que embora algumas medidas mostrem sinais de flexibilização, a inflação subjacente permanece alta em geral. “Os aumentos anteriores das taxas continuam sendo transmitidos com força: as condições de financiamento voltaram a ficar mais apertadas e estão cada vez mais amortecendo a demanda, o que é um fator importante para trazer a inflação de volta à meta”, informou.
A instituição financeira disse ainda que continuará o aperto monetário a depender de dados para determinar o nível apropriado e a duração da política restritiva. “As futuras decisões do comitê irão assegurar que os juros cheguem em um território suficientemente restritivo o tempo necessário para que a inflação volte para a meta de 2%.”
Pessimismo
O economista da CM Capital, Matheus Pizzani, afirmou que o comunicado veio em um tom mais duro que o informe do Federal Reserve (Fed, Banco Central americano) de ontem. “Apesar de ambos terem reajustado em 25 pontos suas respectivas taxas de juros de referência e sinalizado que seguirão uma abordagem que depende dos dados para tomada de decisões, a leitura apresentada no documento do BCE hoje mostrou um comitê mais pessimista com relação ao futuro da inflação da região”, disse.
Ainda que os dados não apresentem piora nos próximos meses, a manutenção da característica da inflação atual será condição suficiente para motivar ao menos um novo reajuste nos juros da Zona do Euro na próxima reunião do BCE. “O grupo de serviços tem apresentado comportamento extremamente resiliente, sem sinais de ser afetado pela política monetária até aqui, enquanto os preços de energia devem voltar a subir no final do ano por questões sazonais, o que pode colocar o trabalho do BCE em risco caso a continuidade do aperto monetário não seja levada a cabo”, avaliou Pizzani.
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