Endividados

Haddad: Após Desenrola, governo mira rotativo do cartão de crédito

Atualmente, a taxa de juros da modalidade chegou a 455,1% ao ano. Segundo o ministro da Fazenda, a maioria dos credores do Desenrola se encontra endividada devido ao rotativo

Rafaela Gonçalves
postado em 02/08/2023 10:16 / atualizado em 02/08/2023 10:33
"O governo, o varejo e os bancos estão hoje sentados em uma mesa para resolver essa questão", diz Haddad - (crédito: Diogo Zacarias/Ministerio da Fazenda)

Após o programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil, o governo somará esforços para baixar o crédito rotativo do cartão de crédito. É o que disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (2/8), durante a live Bom dia, ministro. “O governo, o varejo e os bancos estão hoje sentados em uma mesa para resolver essa questão”, apontou.

O crédito rotativo é oferecido ao consumidor quando ele não faz o pagamento total da fatura do cartão até o vencimento. Atualmente, a taxa de juros da modalidade chegou a 455,1% ao ano em maio. Segundo Haddad, a maioria dos credores do Desenrola se encontra nesta situação devido ao rotativo. “O Desenrola visa conter esse problema, mas para que esse problema não se acumule nós temos que resolver. Senão daqui dois ou cinco anos teremos que ter outro Desenrola”, disse.

A ideia, de acordo com Haddad, é apresentar uma solução até o fim deste ano. “Nós vamos tomar providências, temos um grupo de trabalho porque nós temos que envolver também o lojista, porque ele faz parte do complexo do cartão de crédito. Então o lojista, os bancos, o governo... O Banco Central e a Fazenda têm o objetivo de dar uma solução para esse problema até o fim deste ano.”

Ainda segundo o ministro, a queda do rotativo deve acontecer gradualmente. “Não é que vai cair de 430% para 420%. Vai cair muito, mas ele vai continuar alto por um tempo até a gente cumprir uma transição. Vamos contar com o sistema bancário para um sistema de transição que seja mais saudável do que esse, que está prejudicando a parcela mais frágil da sociedade. Teremos um freio de arrumação nessa coisa.”

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