RECEITA FEDERAL

Secretário da Receita pede paciência a varejistas contra isenção de importados

Em resposta ao empresariado nacional que pedem a taxação das compras abaixo de US$ 50, Robinson Barreirinhas afirmou que governo vai avançar "no momento adequado" com programa Remessa Conforme

Secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas afirmou que governo vai avançar
Secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas afirmou que governo vai avançar "no momento adequado" - (crédito: Luís Macedo/Câmara dos Deputados)
postado em 02/02/2024 13:46

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, sinalizou, nesta sexta-feira (2/2), que ainda vai demorar até as compras de produtos importados abaixo dos US$ 50 voltarem a ser taxadas. Em manifesto divulgado esta semana, diversas entidades do setor varejista pediram a tributação imediata, sob pena de terem suas vendas para Dia das Mães prejudicadas pelo tratamento privilegiado dado aos produtos do exterior.

Ao ser perguntado sobre o assunto, em entrevista coletiva nesta manhã, o secretário disse ser equivocada a avaliação de que o governo está demorando a acabar com o benefício. Quando criou o Remessa Conforme que, além de isentar as compras, exige o cadastramento de todos os produtos que chegam do exterior, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que a isenção seria temporária, até que o governo tivesse informações detalhadas das operações feitas pelas plataformas de vendas na internet.

Mas, até o momento, o benefício permanece. “Estou pedindo um pouquinho mais de paciência para que a gente tome a decisão com bons dados”, comentou o secretário, sem precisar um prazo para conclusão.

"Não estamos demorando (em retornar a cobrança do imposto de importação). O que nós fizemos, em poucos meses, pouca gente acreditou que a gente conseguiria fazer”, disse o secretário, referindo-se ao sistema de coleta de dados dos produtos importados, criado como contrapartida à isenção, em que as lojas precisam registrar todas as vendas antes mesmo das mercadorias saírem do país de origem.

“A Receita Federal colocou de pé um sistema informatizado que já é invejado por outros países. Não é pouca coisa que nós fizermos”, acrescentou.

Barreirinhas citou que antes do Remessa Conforme o trânsito das mercadorias “era uma loucura”, sem o menor controle na aduana. “Agora, antes do avião pousar, a Receita tem informação de 100% do que está dentro do avião e se tiver um erro, volta. Tem dois meses que nós estamos fazendo isso com 100%. Então, nós vamos avançar com segurança, no momento adequado e com informação, sem chute”, completou.

Manifesto

Na quinta-feira (1º/2), o movimento das empresas e trabalhadores do varejo divulgou um manifesto assinado por 42 entidades pedindo isonomia tributária entre os produtos nacionais e estrangeiros. Segundo o manifesto, com “a morosidade na avaliação do governo”, a cada dia, “as perdas em produção e vendas, com reflexos negativos nos empregos, vão crescendo exponencialmente”. O setor considera que, “no mínimo, enquanto não se toma uma decisão, o mais justo seria isentar também a indústria e o comércio nacionais”.

O manifesto chama a atenção para o fato de que a demora na decisão do governo federal ameaça as vendas das empresas atuantes no Brasil para o Dia das Mães, “data de extrema importância comercial, significando faturamento proporcional expressivo no balanço anual das empresas”.

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