Mercado financeiro

Ações da Petrobras desabam após frustração do mercado com dividendos

Os papéis da estatal (PETR3 e PETR4) recuam acima dos 10% e impulsionam queda do Ibovespa na manhã desta sexta-feira (8/3)

Distribuição de R$ 14,2 bilhões em dividendos frustrou acionistas da empresa -  (crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Distribuição de R$ 14,2 bilhões em dividendos frustrou acionistas da empresa - (crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)
postado em 08/03/2024 11:19 / atualizado em 08/03/2024 11:26

As ações da Petrobras abriram o pregão desta sexta-feira (8/3) em queda intensa, após o anúncio feito pela empresa na noite anterior, que pagaria apenas o valor mínimo de dividendos aos acionistas (45% do fluxo de caixa livre). A decisão, embora não seja considerada uma surpresa por grande parte do mercado financeiro, frustrou a expectativa dos investidores que possuem participação nos lucros da estatal.

Às 10h30 da manhã, as ações da companhia (PETR3 e PETR4) já registravam quedas de -12,97% e -12,53%, respectivamente, e eram as mais negociadas do dia. Diante disso, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) foi impulsionado para baixo e recuava em patamares próximos de 2%, aos 125,8 mil pontos, neste mesmo horário.

O anúncio do pagamento de apenas R$ 14,2 bilhões em dividendos aos acionistas frustrou boa parte do mercado financeiro. A expectativa do consenso LSEG era de uma distribuição de valores em torno de R$ 30 bilhões a 35 bilhões. Em nota, a Petrobras ressaltou que a distribuição dos dividendos está alinhada ao “compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas, assim como às melhores práticas da indústria mundial de petróleo e gás natural”.

Na avaliação do economista e investidor Bruno Corano, a questão dos dividendos sofre uma grande interferência política, o que já dava sinais de que o governo atual poderia tentar reduzir ao máximo o pagamento de dividendos. “Isso não agrada em boa parte o mercado, porque boa parte dos acionistas, que possuem ações da Petrobras, as têm justamente porque eles são investidores que fazem uso e gostam do pagamento de dividendos”, avalia o especialista.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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