CB.Agro

AquaPLUS: Embrapa otimiza piscicultura com melhoramento genéticos

Foco da plataforma é prover soluções simples, práticas e inovadoras para qualificação, manejo e melhoramento genético de espécies de peixes e camarões

Caetano contou que a Embrapa já entrega tecnologias relacionadas ao manejo genético aquícola desde 2019, e que os impactos da implementação em produções que sofriam de problemas genéticos não só é imediata como visual -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
Caetano contou que a Embrapa já entrega tecnologias relacionadas ao manejo genético aquícola desde 2019, e que os impactos da implementação em produções que sofriam de problemas genéticos não só é imediata como visual - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
postado em 22/03/2024 19:28 / atualizado em 22/03/2024 20:00

A plataforma AquaPlus, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), oferece ao setor produtivo ferramentas que fazem a análise de material genético de espécies aquícolas "visando auxiliar o produtor nas questões de manejo e melhoramento genético em sua propriedade”, de acordo com Alexandre Caetano, pesquisador de recursos genéticos e biotecnologia da Embrapa. O especialista,  entrevistado do CB.Agro — parceria entre Correio Braziliense e TV Brasília — desta sexta-feira (22/3), definiu a atuação da empresa, por meio da plataforma, como focado em oferecer soluções efetivas e com a melhor relação de custo-benefício para o produtor da piscicultura.

Confira a entrevista completa

Alexandre descreveu de que forma é feito o trabalho de assistência aos produtores, que envolve análise de material genético (DNA) dos animais por meio de ferramentas genômicas. Ele contou que o avanço da tecnologia permite que algumas dessas ferramentas sequenciem o genoma de uma grande gama de animais de forma mais detalhada, mas que os altos custos envolvidos nesse processo mais detalhado são incompatíveis com o foco do projeto.

“Nosso trabalho é focado nas necessidades do produtor de formas jovens — do produtor do peixinho, do alevino —, e nós fazemos todo esse trabalho dimensionando as soluções da maneira mais simples, mais barata e que tenha a melhor relação de custo-benefício para ele. Você pode ir lá e sequenciar o genoma de todos os animais que ele tem no plantel, mas isso seria um excesso de custo altíssimo. Nós estamos focados em entregar a melhor relação de custo-benefício para ele, então são as ferramentas mais simples e baratas para resolver os problemas específicos que ele tem”, ressaltou.

Quanto aos resultados da atuação do projeto, Caetano conta que a Embrapa já entrega tecnologias relacionadas ao manejo genético aquícola desde 2019, e que os impactos da implementação em produções que sofriam de problemas genéticos não só é imediata como visual. Para as que não sofrem de problemas, porém, os ganhos levam um pouco mais de tempo para serem percebidos.

“Numa situação onde um produtor tinha um grande problema no plantel, na maneira como ele estava fazendo a reprodução — realizando cruzamentos consanguíneos —, quando a gente chega lá, faz essa análise, conversa com ele, elabora uma solução e ele implementa essa solução, a diferença é imediata. É inclusive visual, eles falam ‘O que é que você fez aí no laboratório que mudou tanto nossa produção?’, porque ele tinha um grande problema. Em outros casos, em que o produtor não tem um grande problema, na verdade ele está buscando um incremento no que ele está fazendo. O ganho dele, naquele momento, é menor, mais incremental, e, para você poder visualizar tudo, demora um pouco mais de tempo”, afirmou o pesquisador.

Caetano explicou, ainda, que o trabalho feito por meio da plataforma também age nas relações mercadológicas que envolvem os produtores. Além de possibilitar a produção de híbridos de espécie — desenvolvidos para produção em ambientes não-tipicamente propícios a elas —, a Embrapa oferece serviços de consultoria genética para o intercâmbio de animais entre produtores.

“É uma situação onde você tem dois produtores que querem trocar, comprar ou vender material. Os dois dizem 'olha, a gente quer que você compare esse material com aquele material e nos oriente se vale a pena fazer essa troca, essa compra', ou um pode estar interessado em comprar do outro e diz ‘olha lá esse material e me diz se é a mesma coisa que eu tenho ou se eu teria algum ganho em lá adquirir algum material genético desse outro produtor’. Essas nossas análises respondem a essas perguntas muito facilmente”, reforçou.

*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação