Alimentação

Porto Alegre tem uma das cestas básicas mais caras do país, aponta Dieese

Mesmo assim, preço da cesta na capital gaúcha registrou queda de 0,23% no último mês, indica levantamento

Itens básicos para a alimentação, como feijão (-7,85%), farinha de trigo (-3,11%) e leite integral (-12,99%) tiveram significativas reduções de preço em Porto Alegre no último mês -  (crédito:  Ed Alves/CB)
Itens básicos para a alimentação, como feijão (-7,85%), farinha de trigo (-3,11%) e leite integral (-12,99%) tiveram significativas reduções de preço em Porto Alegre no último mês - (crédito: Ed Alves/CB)

Diante de uma das maiores tragédias do país, diversas famílias que vivem no Rio Grande do Sul necessitam de alimentos da cesta básica para conseguir sobreviver. Na capital do estado, o preço médio da cesta é de R$ 775,63, uma das mais caras do país, ficando atrás apenas de São Paulo (R$ 822,84), Rio de Janeiro (R$ 801,15) e Florianópolis (R$ 781,53).

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (7/5) na Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, organizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os números foram levantados entre março e abril deste ano e revelam que em 10 das 17 capitais brasileiras analisadas houve aumento no preço médio da cesta básica.

Apesar de ser uma das mais caras do país, a cesta básica vendida em Porto Alegre apresentou uma tendência de queda até o mês passado, o que não garante que haverá redução no valor médio a partir deste mês, ainda mais por conta das chuvas intensas na região, que já deixam mais de 90 vítimas fatais em todo o estado. Em março, o preço médio da cesta na capital gaúcha recuou 0,23%.

Itens básicos para a alimentação, como feijão (-7,85%), farinha de trigo (-3,11%) e leite integral (-12,99%) tiveram significativas reduções de preço em Porto Alegre no último mês. Levando em conta o salário mínimo atual — que é de R$ 1.412 — eram necessárias 120 horas e 51 minutos, ao mês, para que a população conseguisse pagar o valor médio da cesta durante o período.

Em hora ruim

No último dia 30 de abril — antes que as chuvas no Rio Grande do Sul atingissem proporções catastróficas —, o governador Eduardo Leite anunciou um corte de benefícios fiscais sobre os produtos da cesta básica no estado. A proposta causou uma repercussão negativa, mas começou a valer desde o dia 1º deste mês.

Com isso, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para alimentos da cesta básica subiu de 7% para 12% no início deste mês. Já o pão francês e o leite ABC, que eram isentos de imposto, passaram a ter incidência de 12%. Frutas, legumes, hortaliças e ovos permanecem isentos de tributação até o dia 31 de dezembro deste ano.

Preços sobem no Norte e Nordeste

Das 10 capitais brasileiras que tiveram aumento no preço médio da cesta em abril, sete estão localizadas nas regiões Norte ou Nordeste. A alta mais expressiva no mês foi registrada em Fortaleza, onde o valor subiu 7,76% e chegou a R$ 714,68, ultrapassando Belo Horizonte (R$ 712,70) e Goiânia (R$ 701,01) no ranking nacional.

Também tiveram aumento no preço da cesta básica nessas regiões as cidades de Belém (R$ 681,45), Salvador (R$ 640,12), Natal (R$ 632,23), Recife (R$ 617,28), João Pessoa (R$ 614,75) e Aracaju (R$ 582,11). Em Brasília, onde o preço da cesta ainda é o sexto maior do país (R$ 727,76), houve a maior queda mensal entre todas as capitais, com 2,66% de desvalorização.

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postado em 07/05/2024 15:50 / atualizado em 07/05/2024 15:51
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