Apesar da turbulência intensificada na semana passada, com o aumento das críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à condução do Banco Central, por Roberto Campos Neto, o câmbio do dólar conseguiu se recuperar e encerrou a semana em queda de 2,29%. Ao final do pregão, a moeda norte-americana passou a valer R$ 5,46 para a venda comercial, com uma queda de 0,46% nesta sexta-feira (5/7).
Se no início da semana, o presidente voltou a atacar o BC, com críticas à autonomia da autarquia – instituída em 2021 – e à condução da política monetária, desde quarta-feira (3/7), Lula tem evitado entrar em conflito com o mercado. Uma reunião nesta data serviu para realinhar o posicionamento e as estratégias do governo com a comunicação das políticas fiscais.
Além do câmbio favorável, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) também apresentou um desfecho positivo nesta sexta, com o quinto pregão seguido no azul em uma semana – algo que não ocorria desde a semana de Corpus Christi (5 a 9 de junho). A bolsa fechou o dia em leve alta de 0,08%, aos 126.267 pontos.
Também contribuiu para a queda do dólar e a boa performance do Ibovespa nesta sexta-feira, resultados do exterior, como explica o analista da VG Research, Guilherme Morais. Dados do emprego nos EUA, que criou 206 mil vagas em junho – resultado acima do esperado pelos analistas –, podem ser um indicativo de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, já em setembro.
“O aumento da probabilidade de corte nos juros americanos reduz um pouco a força do dólar, o que ajuda o movimento de melhora da cotação do real perante o dólar”, explica o analista.
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