Em entrevista ao podcast do Correio desta quarta-feira (17/7), Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), disse que vai solicitar à Polícia Federal (PF) que investigue "o que aconteceu com o dólar recentemente".
"O dólar subiu mais de 7% em menos de 30 dias. Ganharam-se fortunas no Brasil especulando contra o real. Gente que estava comprada em dólar ganhou fortuna. Que aplicação dá mais de 7% em um mês?", questionou Capelli.
O presidente da ABDI criticou a omissão do Banco Central (BC) com relação ao câmbio. "O Brasil tem R$353 bilhões em reservas cambiais, que existem justamente para isso. Quando o mercado eleva a aposta contra o real, o Banco Central está ali para garantir que a especulação não vá à frente. Mas ele ficou só olhando", ressaltou.
Cappelli argumentou que, ao deixar o dólar aumentar, o BC permite que os preços dos produtos também subam. Quando os preços sobem, o mesmo BC afirma que o aumento dos preços pressiona a inflação e por isso se faz necessário subir a taxa de juros. "Isso é um absurdo", pontuou.
A aproximação entre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi também alvo de críticas do presidente da ABDI. "O Banco Central não é independente, um órgão técnico? Então o que o presidente do BC estava fazendo em um jantar com líderes da oposição? Ele já está negociando ser ministro da Fazenda do Tarcísio quando ele concorrer à Presidência", acusou.
Assista à entrevista completa a seguir:
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