CB DEBATE

Setor financeiro pode patrocinar a economia verde, aponta Gabriel Santamaria

Gerente geral e head de sustentabilidade do Banco do Brasil falou sobre o papel do sistema financeiro em direcionar capital para a economia verde

Gabriel Santamaria, gerente geral e head de sustentabilidade do Banco do Brasil -  (crédito: Marcelo Ferreira )
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Gabriel Santamaria, gerente geral e head de sustentabilidade do Banco do Brasil - (crédito: Marcelo Ferreira )

O gerente geral e head de sustentabilidade do Banco do Brasil, Gabriel Santamaria, aponta os segmentos que o sistema financeiro deve focar para alcançar uma economia verde. Santamaria ressaltou, durante CB Debate Desafios 2025: o futuro do Brasil em pauta — realizado pela Arena Comunicação, com patrocínio da Brasal e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI); apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban); e apoio de comunicação do Correio Braziliense —, o papel fundamental do setor financeiro de patrocinar a sustentabilidade. 

Santamaria argumenta que o principal desafio para a economia verde é a mobilização de recursos. “Esse é o primeiro desafio. A gente tem de mobilizar recursos para o país para conseguir impulsionar essa agenda. Então, quando a gente olha o Brasil e a América Latina, a gente percebe emissões crescendo e os recursos sendo direcionados aqui para o país”, diz.

Para o gerente geral, é preciso desenvolver soluções e instrumentos financeiros que sejam adequados para impulsionar tal agenda. “A gente tem hoje uma carteira de mais de um trilhão de reais e mais de 30% dela é direcionado para negócios que sejam sustentáveis. A gente está falando de mais de três milhões de operações e cerca de R$ 370 bilhões, com foco em agricultura sustentável e buscando apoiar a agricultura de baixo carbono ao olhar também para o agricultor familiar. É uma forma de impulsionar essa agenda de energia renovável”, explica.

Santamaria aponta para a bioeconomia como a próxima forma de alcançar o desenvolvimento sustentável. “O próprio Banco do Brasil não tinha soluções específicas para impulsionar essa agenda da melhor forma, com todo o potencial que ela exige. A partir daí, a gente criou um hub de bioeconomia em Belém e agora estamos inaugurando (outro) um em Manaus para conseguir impulsionar essas formas de negócio”.

O gerente geral explica que o Banco do Brasil, para testar a bioeconomia, foi até assentamentos sem internet e sem uma população com acesso à contas no banco. “A gente fez alguns experimentos que foram bastante interessantes. Fomos a assentamentos, um deles em Cametá (PA), que não tinha internet e sem uma população bancarizada. A gente foi com internet móvel e mudamos esses fluxos das nossas operações de crédito de carbono, fizemos ali 8 milhões em crédito para o pequeno agricultor”, diz. 

“Então essa é uma forma de atuação bastante inovadora que a gente tem conseguido alavancar na economia”, ressalta. 

*Estagiária sob a supervisão de Ronayre Nunes

Maria Beatriz Giusti*
postado em 17/12/2024 22:08