
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,11% em janeiro de 2025, uma desaceleração em relação à taxa de 0,34% observada em dezembro de 2024. O resultado reflete uma combinação de altas expressivas em grupos como Alimentação e bebidas (1,06%) e Transportes (1,01%) e uma queda significativa no grupo Habitação (-3,43%), que ajudou a conter o índice geral.
Em 12 meses, o IPCA-15 acumula uma alta de 4,5%, abaixo dos 4,71% registrados no período imediatamente anterior. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (24/1).
O grupo Alimentação e bebidas foi o principal responsável pelo aumento no IPCA-15 de janeiro, contribuindo com 0,23 ponto percentual (p.p.) para o índice geral. A alimentação no domicílio registrou alta de 1,10%, puxada por aumentos expressivos em itens como o tomate, que subiu 17,12%, e o café moído, com variação de 7,07%. Por outro lado, produtos como a batata-inglesa (-14,16%) e o leite longa vida (-2,81%) ajudaram a aliviar a pressão no grupo.
A alimentação fora do domicílio também desacelerou, variando 0,93% em janeiro, abaixo da alta de 1,23% registrada em dezembro. Lanches (0,98%) e refeições (0,96%) também apresentaram aumento mais moderado.
O grupo Transportes foi o segundo maior impacto no índice, com uma contribuição de 0,21 p.p. O destaque ficou para as passagens aéreas, que subiram 10,25% e registraram o maior impacto individual do mês (0,08 p.p.).
Nos combustíveis, os preços também subiram: etanol (1,56%), óleo diesel (1,10%), gás veicular (1,04%) e gasolina (0,53%). Além disso, houve variações nos preços do transporte público em diversas capitais brasileiras.
Em São Paulo, também houve reajustes de 4,00% nas passagens de trem e metrô, que registraram alta de 1,00%. Por outro lado, a integração do transporte público apresentou uma variação de -1,78%, reflexo das gratuidades e dos reajustes aplicados.
O único grupo a apresentar taxa negativa foi Habitação, com uma queda significativa de -3,43%, impactando o índice geral em -0,52 p.p. Essa redução foi fundamental para conter a inflação em janeiro, mesmo diante das altas em outros grupos.
Com a desaceleração da prévia da inflação em janeiro, a tendência para os próximos meses dependerá do comportamento de itens como alimentos e transportes, que continuam sendo os principais vilões para o bolso dos brasileiros. O acumulado de 12 meses, em 4,50%, ainda está abaixo do teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central, mas pressões persistentes em itens essenciais podem impactar o poder de compra das famílias.